O pescador Ernandes Lopes, de 79 anos, da comunidade quilombola de Bananeiras, na Ilha de Maré, recebeu na terça-feira (28) a dose da vacina bivalente contra a Covid-19 das mãos da própria filha Maristela, enfermeira da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), nascida e criada na localidade.
“Acho isso excelente. Tenho uma filha que trabalha com saúde, ajudando muita gente. Enquanto tiver vacina disponível, eu vou tomar”, explicou o pescador. Lopes foi um dos 290 moradores das comunidades quilombolas de Bananeiras, Maracanã e Martelo.
A população quilombola faz parte do público prioritário da primeira fase da vacinação bivalente, que melhora a imunidade contra o vírus da cepa original e contra a variante ômicron, e tem perfil de segurança e eficácia semelhante ao das vacinas monovalentes.
A SMS montou um esquema especial de logística para levar os imunizantes até as comunidades, envolvendo transporte terrestre e aquático. “Esperamos manter a saúde desse público com essa barreira sanitária para que o coronavírus não se instale nessas comunidades quilombolas, e a gente continue sem perder nenhuma vida em decorrência da doença. É uma forma de preservar essa comunidade, que é tão importante pela sua história, pela sua cultura e a força do seu povo”, afirmou a vice-prefeita e titular da pasta, Ana Paula Matos.
Desde o início da estratégia de imunização contra o coronavírus em Salvador, as comunidades quilombolas receberam atenção prioritária para a vacinação. Atualmente, quase 100% dos moradores das localidades estão imunizados com pelo menos duas doses da vacina. O resultado é a inexistência de óbitos em decorrência da Covid-19 dentro das comunidades de quilombos soteropolitanas. A SMS retornará nos próximos dias para dar sequência à imunização com a vacina bivalente nas comunidades quilombolas da Ilha de Maré.