Saúde

OMS alerta para proliferação do Zika vírus em toda América

O principal temor ocorre da possível ligação entre a infecção e a microcefalia

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o zika vírus vai se proliferar por todos os países das Américas e cobra governos de todo o mundo para que sejam "transparentes" em relação ao número de casos. Para a entidade, a "explosiva proliferação" é "preocupante". Na manhã desta segunda-feira, 25, a diretora-geral da entidade, Margaret Chan, se pronunciou pela primeira vez sobre os casos nas Américas e fez questão de exigir que governos notifiquem a OMS de todos os casos registrados.

A diretora da OMS apelou a todos os governos que sigam o regulamento internacional de saúde e que notifiquem cada um dos casos para a organização. "Pedimos transparência a todos os países", alertou. "A proliferação explosiva do vírus a novas áreas geográficas, com populações com pouca imunidade, é outra causa de preocupação", disse.

O principal temor ocorre diante da possível ligação entre a infecção e a microcefalia, disse Chan. "Essa relação não tem sido estabelecida. Mas os indícios são preocupantes", apontou, alertando ainda que sintomas neurológicos também tem sido registrados.

Proliferação

Num comunicado emitido, a entidade regional da OMS – a Organização Panamericana de Saúde – constatou que a proliferação do zika vírus vai continuar e que governos e sociedades precisam estar prontos para lidar com os casos. Num total, 21 países das Américas já registram casos. Mas a previsão é de que todos os locais com a presença do mosquito Aedes "provavelmente" terão a doença.

O mosquito está presente em todos os países do Hemisfério Ocidental, salvo no Chile e Canadá. "A Opas antecipa que o Zika vírus vai continuar a se espalhar e provavelmente vai atingir todos os países e territórios onde os mosquitos sejam encontrados", disse.

Na quinta-feira (28), em Genebra, a OMS fará uma reunião especial sobre o tema, com todos os países implicados.

Transmissão

A OMS também confirmou que detectou um caso em que há uma "possível transmissão" do vírus por uma relação sexual. Mas novas evidências serão necessárias para determinar se esse caso é apenas isolado.

No que se refere às grávidas, a entidade em Genebra pede que as mulheres sejam "cuidadosas" e que visitem seus médicos antes de viajar para regiões afetadas.

Mas não faz qualquer tipo de recomendação sobre adiar gravidezes nos países afetados. Jamaica, Colômbia, Equador e El Salvador anunciaram na semana passada que estavam sugerindo às mulheres que adiassem planos de ter filhos.

Para a Opas, porém, "qualquer decisão de adiar uma gravidez é individual, entre a mulher, seu parceiro e seu médico".

A melhor forma de proteção continua sendo a de combater os focos do mosquito e usar repelente, além de camas com redes e roupas de manga larga.

Fonte: Estadão