Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que a redução nos leitos da rede pública se deve a uma reestruturação da política de saúde mental, que diminuiu os internamentos em hospitais psiquiátricos, além dos programas de atenção básica à saúde, que vêm realizando cirurgias ambulatoriais. O número de leitos para internamento na Bahia caiu 8,3% em cinco anos, segundo dados levantados pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A taxa corresponde a uma diminuição de 2.126 leitos, já que em 2010 o estado possuía 25.474 leitos e, em 2015, a quantidade passou para 23.348. Foi a maior redução da região nordeste e a quarta maior do Brasil.
Já a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) apresentou números da rede estadual, que indicam a criação de 1.200 leitos entre 2007 e 2013. A secretaria também disse que desde 2015 foram criados 380 novos leitos.
Para o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), a falta de investimento em novos leitos e os reajustes considerados pequenos na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) são os responsáveis pela queda.
"Existem 100 pedidos para 20 vagas diariamente. O médico que está lá, à frente, tem que escolher. Dez por cento do orçamento federal para saúde é o que a gente luta, mas infelizmente o governo há anos vem recusando fazer isso", afirmou Júlio Rocha, vice-diretor do Cremeb. Na Bahia, os pacientes reclamam de hospitais lotados e filas de espera por uma vaga para internação. Ainda conforme a pesquisa do CFM, 71% dos leitos da Bahia estão concentrados nas cidades de Salvador e Feira de Santana. Com isso, as pessoas que vivem no interior do estado procuram atendimento nos grandes centros, aumentando ainda mais a fila de espera.
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