Sem atendimento a cerca de uma semana, a UPA de Escada, na Suburbana, tem deixado a população local nas mãos e desesperadas. O motivo para a paralisação das atividades médicas seria o baixo salário e as péssimas condições de trabalho dos profissionais de saúde.
Em busca de uma solução para a situação que vem se agravando, o presidente da Unibairros (União dos Bairros do Salvador), Joceval Tibúrcio, procurou nossa redação, denunciando o caso. Segundo ele, a unidade que realiza em média 200 atendimentos/dia, permanece com as portas abertas, porém rejeitando atendimento: “O paciente chega na porta para ser atendido e lá eles encaminham para a UPA de Peirperi ou Hospital do Suburbio, sendo que a própria sede vem distribuindo panfletos afirmando que o atendimento está sendo realizado nos casos de urgência”.
Além disso, Tibúrcio contou que os médicos estão sendo coagidos pelo próprio Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindmed-Ba) a não realizarem atendimento: “Um médico da unidade me contou que estão aquartelados e sendo obrigado pelo Sindimed-Ba a não realizarem atendimento. Quem chega na UPA vê que eles estão lá dentro, porém de portas fechadas. Um paciente chega morrendo mas eles recusam o atendimento. Estão com medo do próprio Sindicato que está colocando interesses corporativos acima do interesse público”,
Diante da situação, o presidente da UNIBAIRROS disse que tentou intermediar a problemática com o gestor da UPA de Escada, a Pró-Saúde (Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar), chegando a ter três rodadas de negociação, porém todas sem êxito: “Com isso, a comunidade vai ficando cada vez mais prejudicada. Não queremos entrar no mérito do problema entre os médicos e o Sindicato. Entendemos que eles reivindicam seus direitos, só que este fórum de discussão não pode acontecer na porta da UPA, ainda mais impedindo a população a ter acesso à saúde pública”, completou.
Na última quarta-feira (15), o então governador do estado, Rui Costa, esteve na localidade e o presidente da Unibairros disse ter aproveitado a presença do gestor para fazer um apelo quanto a situação: Ele nos assegurou que em até 48h resolveria o problema. Estamos até hoje aguardando e já que ninguém apareceu, resolveremos da nossa forma”.
E essa forma, segundo Tibúrcio, foi a última cartada. Sem qualquer solução, o presidente da União dos bairros informou que realizará um protesto na porta da UPA, às 15h desta sexta-feira (17): O Sindimed-Ba vai realizar um encontro cultural na porta e nós iremos impedir, junto à comunidade. Isso pra nós é uma ofensa, afinal, a UPA não é “Fazcultura” e sim “Fazsaúde. Vamos tentar o máximo chamar atenção das autoridades e apresentar a força que nosso povo tem. Vamos impedir até o final e se precisar geraremos confronto”, declarou.
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