O Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta segunda-feira que as vacinas de reforço contra a Covid-19 devem ser adiadas, pois no momento atual, é como “jogar uma segunda bóia para alguns enquanto outros estão se afogando ao lado”.
Segundo Ghebreyesus, a prioridade deve ser dada ao aumento das taxas de vacinação em países onde apenas 1% ou 2% da população foi imunizado.
No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a terceira dose da vacina vai sim ser aplicada a partir do dia 15 de setembro. O chefe da pasta de saúde do país ainda diz que o terceiro reforço contra a covid-19 será de todos imunizantes e não apenas da brasileira 'CoronaVac'.
A OMS disse na semana passada que os dados atuais não indicam que as vacinas de reforço contra a Covid-19 são necessárias e que as pessoas mais vulneráveis em todo o mundo devem ser totalmente vacinadas antes que os países de alta renda implementem uma terceira dose.
"Se as taxas de vacinação não forem aumentadas globalmente, variantes mais fortes do coronavírus podem se desenvolver. Por isso, vacinas destinadas para terceira dose devem ser doadas a países onde as pessoas não receberam sua primeira ou segunda dose" disse o diretor da OMS durante uma visita a Budapeste.
Os diretores da entidade afirmam que a decisão é um erro técnico, moral e político. “Tomadores de decisão não devem usar recursos escassos como a vacina em uma aplicação sem comprovação científica, desviando-a de suas duas principais prioridades no momento: evitar mortes e impedir o surgimento de variantes mais perigosas”, declarou Kate O’brien, diretora de imunização da OMS.