Todos os anos surgem em média entre 100 e 120 novos casos de HIV na cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (1º de dezembro), Dia Mundial de Combate à Aids, pelo Centro de Especialidades em Saúde (Cres), da Secretaria de Saúde local.
De acordo com o Cres, 1.060 pacientes são acompanhados mensalmente pela equipe da unidade. Segundo Carla Bressy, coordenadora do Cres, 98% desses pessoas contraíram HIV por não usarem o preservativo em relações sexuais.
“Isso pode e deve diminuir. Mas, para tanto é preciso que as pessoas se conscientizem da importância de usar a camisinha. Alguns minutos de prazer sem prevenção podem custar uma vida inteira”, destaca Bressy.
A epidemia do HIV já existe há mais de 30 anos e de lá para cá muitas mudanças e avanços no tratamento puderam garantir a manutenção da saúde e a qualidade de vida das pessoas que vivem com o vírus. “Infelizmente ainda temos muitas pessoas que brincam com coisa séria. O uso do preservativo é a maneira mais eficaz de se prevenir contra o vírus do HIV. E em todas as unidades de saúde do município temos distribuição gratuita”, afirma Elias Natan, secretário da Saúde.
Testes rápidos
No Cres são disponibilizados diariamente testes rápidos para detecção do HIV, sífilis, hepatite B e C. “Além dos testes rápidos, também realizamos o tratamento de todos os pacientes infectados com a distribuição dos medicamentos e acompanhamento com médico infectologista, psicóloga, assistente social, nutróloga e enfermagem. Também realizamos a distribuição de preservativos”, explica Carla Bressy.
No que se refere à prevenção, atualmente a melhor estratégia para a mudança dessa situação é a Prevenção Combinada que faz uso simultâneo de diferentes abordagens e ações voltadas à redução do risco de exposição. As intervenções contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição ao HIV, mediante incentivos à mudanças de comportamento da pessoa e da comunidade em que ela está inserida.
Apesar dos avanços no tratamento medicamentoso e na prevenção, o maior desafio é superar a discriminação sofrida pelas pessoas que vivem com HIV. Essas pessoas têm seus laços rompidos, sofrem exclusão no mercado de trabalho e principalmente barreiras no acesso aos serviços de saúde, impactando negativamente suas condições de vida e consequentemente seus direitos ao exercício da cidadania. O dia 1º de Dezembro é um marco para sensibilizar a todos para a importância da prevenção e respeito aos direitos das pessoas que vivem com HIV/aids.