Médicos do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) identificaram progressão excessiva de miopia em crianças durante a pandemia. O levantamento mostra que cada sete em cada dez médicos entrevistados afirmam o aumento significativo da doença durante a crise da Covid-19, outros três em cada dez não constataram esse problema entre pacientes.
A pesquisa entrevistou 295 médicos oftalmologistas com diversas subespecificidades, como pediatria, córnea, catarata, glaucoma e retina. O estudo foi realizado em abril e junho deste ano.
Entre os que verificaram aumento dos graus de miopia, 6% apontaram o problema em 75% dos pacientes, 27% relataram a situação em 50% dos pacientes e 67% registraram o quadro em cerca de 25%.
Dos profissionais ouvidos, 75,6% avaliaram que o uso de diversos dispositivos eletrônicos pode agravar o quadro de miopia. Outros 22% entenderam que esse fator pode influenciar, mas apenas com uso de tablets e celulares. Apenas um pequeno percentual não viu relação entre os dois fenômenos.
Quase todos os profissionais ouvidos (98,6%) disseram que a redução do tempo gasto em telas (como celular, televisão e videogames) pode ajudar no caso de crianças míopes. Seis em cada dez entrevistados defenderam as recomendações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) sobre o tema.
A SBP orienta que seja evitada a exposição de menores de dois anos a telas, mesmo que passivamente. Para crianças entre dois e cinco anos, o limite deve ser de uma hora de tela, com supervisão. Para a faixa entre seis e dez anos, o tempo não deve ser superior a duas horas, também com supervisão.