Política

Zambelli admite ter contratado hacker da Vaza Jato e diz que Bolsonaro devia voltar ao Brasil

Deputada, entretanto, não classifica a viagem de Bolsonaro aos EUA como uma 'fuga'

Reprodução/Câmara dos Deputados
Reprodução/Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques ao sistema eleitoral, admitiu que contratou os serviços do hacker Walter Degatti para cuida das suas redes sociais.

Delgatti ficou nacionalmente conhecido por ser responsável pela invasão e envio de mensagens trocadas por autoridades envolvidas na Lava Jato, como o ex-juiz Sergio Moro e procuradores como Deltan Dallagnol, no escândalo batizado de 'Vaza Jato'.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Zambelli nega que tenha contratado o hacker para grampear o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

"Eu o contratei no primeiro turno para fazer uma ligação automática entre minhas redes e meu site. Ele começou a fazer, mas não terminou. O encontro com Bolsonaro era sobre a fragilidade das urnas. O que sinto no Walter é que ele fez tudo isso meio para se redmir da culpa que tinha por Lula estar concorrendo", disse a parlamentar.

Zambelli afirmou ainda que chegou a procurar o próprio Moraes para tentar reverter a relação conflituosa, já que na sua visão em breve o ministro irá se tornar um "alvo do PT".

"[o partido] não vai se contentar em indicar somente dois ministros que vão se aposentar", antevê.

Ela garantiu que não se sente culpada pelas declarações nas redes sociais e nega que a sua posição tenha servido de estímulo aos atos de vandalismo no dia 8 de janeiro, em Brasília, que terminou na invasão e depredação de prédios públicos na Praça dos Três Poderes.

Sobre a estadia de Bolsonaro aos EUA, Zambelli diz que não considera uma fuga, mas assume que para ela o ex-presidente já deveria ter voltado ao país.

"Não acho que seja fugir. Passar um tempo fora para pensar no que vai fazer, é legítimo. Mas concordo que deveria estar aqui para liderar a oposição. A gente teria mais condições, capacidade e força", disse a deputada, que concorda com o risco de Bolsonaro ser preso e, por isso, a necessidade de formar novos quadros, pensando em alternativas como a própria ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro, os filhos do ex-presidente e o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas.

Em outubro do ano passado, Zambelli sacou uma arma e correu atrás de um homem, em São Paulo, após uma discussão. Na entrevista, ela fez 'mea-culpa' e reconheceu que deveria ter evitado a briga.