Senador pela Bahia e um dos principais articuladores da campanha do ex-presidente Lula, Jaques Wagner disse que o PT tem que "botar a sandalinha da humildade" para evitar clima antecipado de vitória.
Atualmente, o ex-presidente Lula está na dianteira das pesquisas eleitorais. Muitas apontam até mesmo possibilidade de vitória no primeiro turno.
"Eleição não é peru de Natal, não morre de véspera. Eleição tem que trabalhar até a abertura das urnas. Muita gente em 2018 foi dormir com a faixa e acordou derrotada. Não brinco com isso, até me preocupo. Vamos botar a sandalinha da humildade. Botar os argumentos na cabeça. Muita gente no PT fala que tem que bater no presidente (Bolsonaro). Por mim, eu nem toco o nome dele. O que ele tem ruim já está consolidado. Eu não sou dos que acham que um acerto ou outro da economia ou programa social vão impulsioná-lo", disse, segungo O Globo.
Wagner disse ainda que o PT prefere disputar contra o ex-juiz Sergio Moro. "Prefiro mostrar o que temos para fazer. Mas se me perguntarem: “Qual é o melhor adversário?” O melhor adversário para enfrentar o Lula no segundo turno é o Moro. Porque o Moro é a mentira que cada vez fica maior. E ele não tem um grupo de adeptos como o outro (Bolsonaro) tem. Ele não tem esse exército de seguidores e não tem nada de político. Como eu acho que a última opção do povo por alguém que não era da política não deu muito bom resultado, eu não sei se vão optar de novo. É a velha música do cada macaco no seu galho. Ele não entende muito disso daqui. O outro (Bolsonaro) também chegou dizendo que ia botar a banca e virou isso aí, orçamento secreto… Essa é a nova política que se instituiu pelo neófito da política".
Ele não descartou a possibilidade do Centrão apoiar um possível governo de Lula. "É possível, quando você tem um projeto que tem uma liderança com o peso do Lula. Ela, por si só, preenche uma lacuna enorme. Em muitos estados, Nordeste, Norte etc, as pessoas querem andar ao lado do Lula, sem ele ter dado nenhuma emenda para elas. Pelo peso da ideia. Ele é uma ideia-força. O Lula tem a política como arma de trabalho. Então, eu acho que é possível. Lógico que tudo vai depender da construção".