A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias vem causando uma série de discussões em Brasília. No final de semana, o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), declarou oposição ao governo Bolsonaro. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o vice-presidente da Câmara.
Ramos estava presidindo a sessão que sancionou a LDO e o fundo eleitoral de quase R$ 6 bilhões, o que gerou críticas de parte do Congresso e da opinião pública. A proposta foi favorecida até mesmo por deputados da base do governo, provocando reação nas redes sociais. Após a reação negativa do público, Bolsonaro começou a falar abertamente contra o valor aprovado para o fundo eleitoral e culpou Ramos pela aprovação.
O vice-presidente da Câmara não gostou das falas do presidente e reprovou o silêncio da cúpula do Congresso, já que, de acordo com ele, o regimento foi seguido à risca – o destaque para o veto dos valores do fundo eleitoral foi colocado em votação e não foi aprovado.
Segundo a CNN Brasil, Ramos já entrou em contato com a cúpula de seu partido, para avisar que agora se coloca como oposição ao governo Bolsonaro, e diz que o presidente cria artifícios para tentar vingar a própria família, já que seus filhos participaram da votação da LDO.
"Eles estão acostumados a gritar. Aqui não. Pode vir quente,” disse Ramos após as críticas de Bolsonaro.
Como maneira de consolidar seu novo posicionamento, Ramos solicitou a cópia de todos os 126 pedidos de impeachment que estão sob a guarda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ramos disse que vai estudar os casos e avaliar se existe viabilidade política para o processo.