A briga pela vice do pré-candidato à prefeitura de Salvador, Bruno Reis (DEM), está intensa e ganhou novos contornos. A disputa está afunilada entre as ex-secretárias, Ana Paula Matos (PDT) e Ivete Sacramento (Republicanos). Não obstante, fontes da Tribuna garantem que hoje a preferência do postulante é pela pedetista, que é ex-titular da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre).
Segundo apurou a reportagem, as chances de Ivete reduziram nos últimos dias, e Ana Paula está praticamente escolhida. Ivete é ex-secretária municipal da Reparação, e esteve na gestão do prefeito ACM Neto (DEM) desde o início. Ela foi filiada na surdina e de última hora ao Republicanos. Nos bastidores, a entrada dela na sigla foi interpretada como uma jogada de Neto para, em último caso, ter uma opção dentro do partido caso se veja obrigado a fazer a aliança com o grupo. Ele não é muito simpático à ideia de empoderar a agremiação, que pode ameaçar o projeto democrata no futuro.
A conversa que circula na "rádio-corredor" do Palácio Thomé de Souza é que o PDT só tem duas alternativas: ou fica na vice de Bruno ou lança candidatura própria, que seria com o deputado federal e presidente estadual Félix Mendonça Júnior. O parlamentar, no entanto, está desanimado em entrar na disputa – sobretudo após a morte do pai, Félix Mendonça, vítima da Covid-19.
Nos próximos 15 dias, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, viajará para Salvador onde se reunirá com ACM Neto e todo o grupo para bater o martelo sobre o assunto. Pesa contra Ana Paula, todavia, o pouco tempo de filiação na agremiação. A composição DEM e PDT, acordada há alguns meses entre o atual prefeito e o ex-ministro Ciro Gomes, tem vistas na eleição de 2022. O segundo, que já está em pré-campanha presidencial pelo país, precisa de um palanque robusto na Bahia. Neto, por sua vez, precisará de um apoio nacional de peso para a campanha ao Governo do Estado.
Outro personagem a ser considerado nesse imbróglio é o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), que tem sido ventilado por toda a base carlista como detentor do poder de prioridade para a vice na chapa. O vereador quer a vice, indicando alguém do Republicanos, e também continuar na Presidência do legislativo caso se reeleja. O grupo, entretanto, não está disposto a dar os dois para o edil.
Geraldo decidiu apoiar o Republicanos na vice com vistas no processo de reeleição. A sigla ligada à Igreja Universal do Reino de Deus deve eleger quatro vereadores e pode indicar um nome para presidir a Mesa Diretora, ameaçando o projeto de poder geraldista. A convenção para chancelar a candidatura de Bruno Reis à prefeitura de Salvador vai acontecer apenas em setembro. O evento deverá se realizado no dia 16, data limite estipulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após o adiamento das eleições municipais de 2020, segundo o calendário trabalhado pela equipe do democrata.
A convenção até a data limite não é uma novidade se tratando de ACM Neto. A mesma tática foi utilizada nas eleições de 2016 e de 2018. No primeiro pleito, Bruno foi escolhido vice um dia antes do evento. Na ocasião, ele disputava o posto com João Roma (PRB). Na eleição seguinte foi a mesma coisa, com Monica Bahia (PSDB) escolhida vice do então pré-candidato ao Governo do Estado, Zé Ronaldo (DEM).
Reprodução: BNews
da Redação do LD