A vereadora Débora Santana (PDT) apresentou à Câmara de Salvador um projeto de lei em que propõe um conjunto da ações para combater o capacitismo na capital baiana, especialmente nas escolas públicas e privadas.
No texto, a legisladora explicou que o capacitismo é caracterizado pela ideia de que pessoas com deficiência são inferiores àquelas sem deficiência, tratadas como anormais, incapazes, em comparação com um referencial definido como perfeito.
Na prática, o capacitismo ocorre através de ações ou falas explícitas, sutis ou culturalmente construídas, ainda que estejam travestidas de boas intenções, ou quando subestimam as capacidades, aptidões e potencialidades das pessoas com deficiência.
“O conjunto de ações e campanhas tem por finalidade o combate ao capacitismo, visando levar conhecimento e conscientização aos estudantes e profissionais da educação, bem como a sociedade em geral”, explicou a vereadora.
Justificativa
Débora Santana ressaltou que a proteção às pessoas com deficiência passa pelo combate ao capacitismo. “Uma sociedade capacitista é aquela que não enxerga uma pessoa com deficiência como um ser humano ‘normal’. O capacitismo é a caracterização da discriminação sofrida pelas pessoas com deficiência. Esse termo surgiu por causa de uma construção da sociedade que considera as pessoas sem deficiência ‘normais’, criando uma subestimação da capacidade e aptidão das pessoas com
deficiência”, reforçou a legisladora.
Expressões capacitistas
Em uma cartilha elaborada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) para conscientização e combate ao capacitismo, foram destacadas expressões que estão presentes no dia a dia e que são preconceituosas.
Todas as expressões carregam significado negativo e depreciativo com referência a situações típicas das pessoas com deficiência.
O documento aponta as expressões capacitistas e sugere frases isentas de preconceito como opções:
- “Deu mancada”: trocar por “Cometeu uma gafe”
- “Não temos braço/perna para isso”: trocar por “Não temos equipe suficiente para isso”
- “Está cego(a)?”: trocar por “Você não viu?”
- “Está surdo(a)?”: trocar por “Você não ouviu?”
- “Fingiu demência”: trocar por “Se fez de desentendido”
- “Ficou cego de raiva”: trocar por “Reagiu desproporcionalmente”
- “Virou um hospício”: trocar por “Virou uma bagunça”
- “O pior cego é aquele que não quer ver”: trocar por “Não quer aceitar a verdade”
- “Parece cego em tiroteio”: trocar por “Está perdido”
- “Deu uma de João sem braço”: trocar por “Se fez de desentendido ou fugiu da responsabilidade”
- “Está mal das pernas”: trocar por “Está com problemas”
- “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”: trocar por “Quem consegue identificar uma vantagem que os outros não percebem se dá bem”
- “Retardado / Imbecil / Mongol / Demente”: Não use!
>>> Siga o canal do PSNotícias no WhatsApp e receba as principais notícias da Bahia, do Brasil e do Mundo.