O líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, Augusto Vasconcelos (PCdoB) rebateu as críticas feitas pelo líder do governo na Casa, Paulo Magalhães Jr. (DEM) de que a vontade da oposição em pautar o IPTU na Casa tem cunho eleitoral. Para o comunista, a base governista não encontra uma solução para sanar distorções no imposto, bem como não demonstram vontade política de resolver a questão.
O líder do governo afirmou nesta quinta-feira (3), que a possibilidade de criação de uma Comissão Especial de Inquérito no legislativo municipal, medida defendida pela oposição para apurar distorções e irregularidades do IPTU e da taxa de lixo na capital baiana tem um interesse político, visando as eleições de 2022.
"A oposição quer travar os cofres da prefeitura em plena pandemia de olho nas eleições, para gerar desgaste ao governo Bruno Reis (DEM) e atingir a candidatura do ex-prefeito ACM Neto (DEM) ao governo da Bahia. A preocupação com o soteropolitano é zero", declarou o democrata.
Ao Portal Salvador FM, o líder da oposição na Casa, Augusto Vasconcelos, rebateu a fala de Magalhães: “Esse argumento não faz sentido, primeiro porque essa luta não começou agora, desde 2013 a oposição tem pautado de maneira enfática a questão do iptu, inclusive os partidos de esquerda, ingressaram com ações diretas de constitucionalidade, no ano passado, que não era ano eleitoral, eu pautei esse assunto constantemente na tribuna da câmara nas comissões, fizemos audiência pública, então nós não começamos esse assunto agora”, afirmou.
Para Vasconcelos, a fala do líder do governo demonstra desespero, e diz que “eles [base governista] percebem que a revolta da população está queimando o candidato deles ao governo [ACM Neto], porque foi quem começou esse processo de elevação significativa do IPTU […] Ele foi o pai da criança”, acrescentou o edil.
Vasconcelos afirma ainda que a bancada de oposição tem se esforçado para pautar a questão do imposto em diferentes esferas,sendo uma delas, a possibilidade de ser instituída uma Comissão Especial de Inquérito.
“Independente, de que a CEI vai ou não sair do papel, nós vamos cobrar que a Câmara assuma seu papel, de pautar o tema, cobrar da Secretaria da Fazenda os números, de investigar essas distorções que fazem com que vizinhos paguem valores completamente diferentes uns dos outros para imóveis idênticos […] A oposição vai seguir firme no propósito de que tenhamos um iptu justo”, destacou o líder ao site.
Entretanto, a Comissão só pode ser instituída caso tenha a assinatura de um terço dos vereadores, e depois ainda precisa da admissibilidade de dois terços dos edis.