O pré-candidato ao Governo da Bahia, Kleber Rosa (PSOL), pontuou nesta quinta-feira (26), durante sabatina ao UOL/Folha de São Paulo, que a Bahia sempre foi governada por homens brancos, da oligarquia baiana, e o racismo apresenta-se como elemento estruturante da sociedade brasileira.
"A nossa República já nasceu considerando a população negra como indesejada, criminalizada. Não tivemos uma abolição de verdade no Brasil. Vamos fazer na Bahia a abolição que o Brasil não fez. A população baiana clama para permanecer viva. Parem de nos matar!", protestou o cientista social e ativista do movimento negro
Kleber Rosa destacou ainda que o racismo naturaliza a morte dos corpos negros, naturaliza o lugar do negro como o lugar do sofrimento, da loucura e da miséria. O candidato ao Palácio de Ondina garantiu que, caso seja eleito, irá implementar políticas públicas destinadas à inclusão social da população negra e vai promover o enfrentamento cotidiano ao racismo para garantir a cidadania plena dos baianos, principalmente, das famílias mais vulneráveis, de baixa renda.
" No nosso governo vamos envolver todos os setores da sociedade civil. Professores, artistas, todas as categorias de trabalhadores. A Bahia é o estado mais negro do Brasil. Precisamos de uma política séria de combate ao déficit habitacional. Precisamos garantir a manutenção do trabalhador rural na terra, promover uma efetiva distribuição de renda, um trabalho sério de agricultura familiar e de inclusão dos setores mais vulneráveis do nosso Estado", destacou o socialista.
Questionado sobre a disputa eleitoral a nível nacional, o pré-candidato ao Governo da Bahia disse que o PSOL "acertou" ao apoiar a candidatura de Lula e frisou que o governo de Jair Bolsonaro implementa uma política de perseguição às comunidades indígenas, à luta travada pela comunidade LGBTQIAP+, às comunidades remanescentes de quilombos, um retrocesso à luta dos direitos das mulheres. Para o psolista, o bolsonarismo representa o ressurgimento do fascismo no Brasil.