Após uma tentativa fracassada de união de candidaturas em torno do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, continuou fazendo acenos ao centro e evitou citar adversários em ataques, sem deixar de fazer críticas indiretas a Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno da disputa.
Nesta quarta-feira, 26, o petista comentou que aceitará o apoio de quem quiser se juntar ao seu plano de governo em um eventual segundo turno. "Segundo turno é momento de já pensar em aprovar propostas no Congresso. Aqueles que quiserem se somar ao nosso plano de governo, nós vamos dialogar, tendo como base o que foi defendido no primeiro turno", disse Haddad, em coletiva de imprensa.
Ao ser perguntado sobre ataques de Geraldo Alckmin (PSDB), que tem falado que votar em Bolsonaro é um "passaporte" para a volta do PT ao governo, o presidenciável declarou que "eles estão se desrespeitando demais" e que pretende buscar a união "pelo diálogo" na campanha eleitoral.
O candidato do PT evitou comentar a acusação feita pela ex-mulher de Jair Bolsonaro, de que o candidato do PSL a teria ameaçado de morte em 2011. Prometendo não fazer nenhum ataque até a reta final da eleição, Haddad não deixou de tecer uma crítica velada ao adversário. "O País quer paz e democracia, não quer ditadura. Quer discutir direitos, trabalho e educação, disse."
Compromissos
Na sede de sua campanha em São Paulo, Haddad assinou compromissos com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) sobre investimento voltados à infância e à adolescência.
Em sua fala, o candidato do PT criticou o governo Michel Temer e prometeu mais "rigor" no controle de frequência escolar e vacinação para beneficiários do Bolsa Família.
"Controles estão frouxos e os cortes estão sendo feito sem critérios", afirmou Haddad, dizendo que um milhão de famílias que deveriam estar recebendo o Bolsa Família foram retiradas do benefício.
Estadão // AO