O presidente do PL — partido do presidente Jair Bolsonaro — subiu o tom contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após uma operação que teve como um dos alvos o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) entre 2019 e 2022.
Segundo o dirigente, em entrevista ao jornal O Globo veiculada nesta sexta-feira (26), o magistrado sonha em ser presidente da República e o comparou ao senador Sergio Moro (União-PR), que deixou de ser juiz para virar ministro da Justiça na gestão Bolsonaro.
“Ele quer se mostrar, quer ser candidato a presidente. É o caminho do Moro. O camarada aparece na televisão, nos jornais e enlouquece. A soberba ataca e você não percebe. É o que ele quer. Não tenha dúvida. Quem imaginava que o Moro seria candidato e iria largar a carreira dele? Ninguém”, disse Valdemar.
Na quinta (25), logo após o início da operação deflagrada pela PF e denominada de Vigilância Aproximada, Valdemar Costa Neto foi até às redes sociais criticar os trabalhos. Ele pontuou que à operação era “pura perseguição” e que “esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional”.
Em reposta, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco, declarou que o presidente do PL não consegue organizar a oposição nem mesmo para aprovar a limitação de decisões monocráticas do STF. Segundo Pacheco, o presidente do PL “defende publicamente” o impeachment de ministros do Supremo para apoiadores do partido, mas “passo pano” sobre o tema nos bastidores.
Na tréplica, Valdemar disse que o pessedista é descompromissado e sem “pulso para defender a imunidade de um parlamentar”.