O ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (12) que o partido União Brasil quer reavaliar as indicações da legenda para cargos do primeiro escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Está na pauta, o partido União Brasil vem apresentando o desejo de reformulação da representação de seus três ministros indicados. Isso é absolutamente natural, que um partido queira apresentar isso”, disse Padilha, que é responsável pela coordenação política do governo, em declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
Um pouco antes, Lula se reuniu com um grupo de ministros da coordenação politica do governo, entre eles Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom), além do próprio Padilha e dos líderes do governo no Congresso Nacional.
O União Brasil, partido com uma das maiores bancadas na Câmara dos Deputados (59 parlamentares), indicou, durante o processo de montagem do governo, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que está de saída da legenda, em meio a divergências internas. Além disso, o partido também indicou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, próximo ao senador Davi Alcolumbre (União-AP), e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que veio da base do partido na Câmara.
“Eu sempre digo, governo é igual a um rally. De vez em quando tem que trocar o motorista, tem que trocar um pneu. O que importa é estar no caminho certo, esse governo tem rumo”, acrescentou Padilha, que não deu data para eventuais trocas na equipe de ministros do governo. Padilha ressaltou, no entanto, que decisões sobre mudanças de ministros é do presidente da República e que ele tem uma avaliação positiva do trabalho de seus ministros até aqui.
Após a declaração de Padilha, o líder do governo no Congresso Nacional, o senador Jacques Wagner (PT-BA), que estava com o ministro durante a entrevista aos jornalistas, confirmou que o foco de uma possível mudança é no cargo da ministra do Turismo, e descartou chamar isso de reforma ministerial.
“Não há uma discussão de reforma ministerial nesse momento. As pessoas estão tomando as coisas erradamente. O que há, vou chamar, é uma divergência interna de um partido da base, e não na base, que é o fato de que a pessoa que representa o União Brasil numa determinada pasta, todo mundo sabe qual é [Ministério do Turismo], está num momento de se retirar do partido”, ponderou. Em seguida, ele disse não ver possibilidade de mudanças além desses dois ministérios com pouco mais de seis meses de governo.
“Há uma naturalidade do debate, não estou dizendo que a decisão está tomada. As outras, para mim, sinceramente, são desejos, vontades, e não acho que alguém, com cinco ou seis meses, vá fazer reforma ministerial”, observou.