O União Brasil, terceiro maior partido da Câmara dos Deputados, aumentou a pressão por mais espaços para além do governo Lula (PT). A meta também é ocupar cargos no nas gestões do Governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos); e na Prefeitura da capital paulista, gerida por Ricardo Nunes (MDB).
Nas últimas semanas, conforme a Folha, a negociação de cargos em troca do apoio em votações no Legislativo gerou atritos da legenda com os três entes da federação.
No plano nacional, a União Brasil preservou seu espaço na Esplanada dos Ministérios com a posse do deputado federal Celso Sabino (PA) na pasta do Turismo – o partido domina outros dois ministérios, das Comunicações e Integração.
Nos bastidores, membros da sigla dizem que a ascensão de Sabino, ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deve ajudar a ampliar a base do petista, mas não pacifica a relação por completo. Segundo eles, falta diálogo e identidade programática com o governo federal.
Lula deve entregar ainda a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) à União Brasil, que também pleiteia os Correios. Ainda assim, o partido se classifica como independente em relação ao governo Lula, sem a obrigação de entregar votos favoráveis, a não ser em projetos com os quais concorde.
"A posição de independência do partido em nível nacional está preservada a despeito de qualquer mudança ministerial", diz ACM Neto, secretário-geral da legenda.
Em São Paulo, a União Brasil, que concorreu com Rodrigo Garcia (PSDB) e perdeu a disputa, apoiou Tarcísio no segundo turno em troca de fazer parte da administração. Na Assembleia Legislativa, também declaram-se independentes e chegaram a contribuir para uma derrota do bolsonarista no mês passado.
Já na capital, o partido faz parte da base de Nunes, mas ameaça ter um candidato à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Kim Kataguiri (SP), em vez de apoiar a reeleição do prefeito.