Pré-candidato à presidência pelo PSDB, o governador da São Paulo, João Doria, admite que não compreende a mudança de Geraldo Alckmin, antigo colega de partido e que hoje articula para ser vice na chapa de Lula (PT).
Doria diz que o ex-governador se portou como um "antipetista" por mais de 30 anos em que esteve do lado oposto ao do PT no estado, se tornando um dos grandes representantes da sigla, e chegou a disputar o Palácio do Planalto, e que agora tenta se aliar a um adversário histórico.
"Eu não quero ser deselegante com o governador Geraldo Alckmin, mas é incompreensível, ao menos para mim, alguém que foi antagonista do PT, que combateu por 33 anos, se aliar ao PT e ser candidato a vice de Lula. Não é coerente", opinou o tucano em entrevista a rádio Salvador FM, nesta quarta-feira (16)
"Podem gostar ou não de você, concordar ou não…Mas você não pode torcer pelo Bahia por 33 anos e depois virar torcedor do Vitória. Um antipetista que se tornou, agora, aliado de Lula", completou Doria, que é santista.
TERCEIRA VIA
Figurando nas pesquisas com cerca de 2% das intenções de voto para comandar o Palácio do Planalto, Doria relembrou a trajetória nas campanhas que o elegeram prefeito e governador de São Paulo, quando no início aparecia também sem nenhum favoritismo.
Para o governador, os eleitores ainda não estão despertos para o pleito, o que deve acontecer somente a partir de julho, e que até lá podem acontecer muitas mudanças.
Um dos nomes da chamada "terceira via", Doria evitou usar o termo e preferiu se colocar como a "terceira e melhor opção, que não seja Lula nem Bolsonaro", com a bandeira da "honestidade" e contrário à corrupção em qualquer nível.
"Precisamos de alguém que pacifique o Brasil, que seja confiável, honesto. Aqui não se faz 'raxadinha', nem 'raxadão'. Nem se promove o roubo em estatais, 'petrolão', nem roubo mesquinho condenável como 'raxadinhas', que a família Bolsonaro tanto gosta de fazer", ironizou.