A notícia do julgamento no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) – que pode culminar na cassação do deputado Marcell Moraes (PSDB) – pegou de surpresa a bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Em conversas reservadas, diversos parlamentares disseram ter sido informados sobre o risco de o tucano sofrer um revés na Corte baiana e ter que recorrer em instâncias superiores.
O engasgo de Marcell com a Justiça eleitoral também chegou de forma repentina no Palácio Thomé de Souza. Nomes do grupo coordenado pelo prefeito ACM Neto (DEM) disseram não saber se haverá “ajuda” palaciana na estratégia de defesa do parlamentar recém chegado ao PSDB.
Marcell Moraes não esteve na sessão ordinária desta terça-feira (10), argumentou que a acusação do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia (CRMV-BA) é “fraca” e não avançará.
“Está na mão da Justiça, minha consciência está limpa. Acho que o processo é fraco, de perseguição política. Tenho certeza que vamos ganhar aqui na Bahia nem vai precisar ir para Brasília”.
No julgamento iniciado nesta segunda-feira (9), o relator José Rotondano opinou pela cassação e foi acompanhado pelo juiz Freddy Pitta Lima. Terceiro a votar, o desembargador Jatahy Júnior pediu vista do processo e acabou suspendendo o julgamento. Ainda não há data de quando o tema volta à pauta de julgamento.
Na peça levada à Procuradoria Regional Eleitoral, em 27 de julho de 2018, o CRMV-BA denunciou que o Marcell Moraes fez campanhas de vacinação e castração sem atender aos requisitos mínimos de segurança determinados pela legislação vigente.
A prática foi configurada como atos assistencialistas às vésperas da campanha eleitoral e colocava em risco a saúde animal, humana e ambiental.
“Não há compra de votos”, voltou a se defender Marcell, nesta terça.
BNwes//// Figueiredo