A deputada federal Tia Eron (PRB) revelou nesta segunda-feira o “processo tenso” de escolha do candidato a vice-prefeito na chapa de ACM Neto (DEM), que vai tentar se reeleger nas eleições de 2 de outubro próximo.
A deputada disse em entrevista à rádio Metrópole que “ele (ACM Neto) não gosta muito que diga isso não, mas em um primeiro momento, vi ele preocupado, dizendo que não conseguia dormir. Preocupado com o quê? Ele não queria que nós colocássemos nossa candidatura”, disse a republicana.
Tia Eron cogitou a possibilidade de ser candidata a prefeita se seu correligionário João Roma não fosse o escolhido. E ele não foi. A vaga ficou com o deputado estadual Bruno Reis, do PMDB. A deputada afirma que o prefeito “praticamente implorou” para que ela não fosse candidata. “Ele, de fato, além de nos pedir, praticamente nos implorou para não lançarmos candidatura própria”.
A parlamentar ainda alfinetou o prefeito pela escolha de Bruno Reis, e questionou os valores morais do PMDB diante da opinião pública. Ela afirmou que ACM Neto “não quer ter telhado de vidro”.
“Nós perguntávamos por que não poderia ser o PRB, já que o PMDB tem algumas questões. Não havia impasse para emplacar João Roma. Era necessário nos convencer do ‘não’, dessa negativa”, disse Tia Eron. “O PRB ficou extremamente sentido”, segundo a deputada, por não ter sido escolhido para compor a chapa do DEM como candidato a vice.
“Se eu disser que não, vamos enganar a todos. Eu acho que o tempo haverá de superar isso, porque você também tem que saber perder, e perdemos. Neto não gosta que a gente diga isso, mas a realidade é essa. Perdemos nesse pleito. A gente precisa saber perder, saber recuar”.
Para encerrar, a republicana lembrou “o esforço que o governador Rui Costa (PT) fez para tirar o PRB da base de ACM Neto”.
“Houve mais do que um chamado, ele queria me mostrar quanto seria importante esse projeto da nossa candidatura em Salvador. Na quinta-feira (4), eu disse a ele que tinha chegado de Brasília, falei que ia conversar com o prefeito para não atropelar os processos, e logo depois da decisão, estaria com o ele conversando pessoalmente. Ele fez um gesto, e política se faz com gestos. Queria retribuir. Ele já foi colega na Câmara Municipal, fui cumprimentá-lo. O PRB tem com ele uma relação. Já tinha dado minha palavra a Neto, junto com todo o grupo do PRB e no dia seguinte fui dar satisfação”.
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