Política

Temer nega que houve dinheiro ilícito em reforma na casa da filha e não teme 3ª denúncia contra ele

'Qualquer denúncia seria tão pífia quanto as anteriores', diz o presidente.

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O presidente Michel Temer negou, em entrevista ao SBT que foi ao ar no início da madrugada desta segunda-feira (7) – foi gravada na sexta (4) -, que não houve dinheiro ilícito em uma reforma realizada na casa de sua filha, Maristela.

Temer demonstrou desconforto sobre o primeiro tema da entrevista: o inquérito que investiga o decreto dos portos. “Eu lamento que estejamos conversando sobre isso ao invés de conversarmos sobre o Brasil”, reclamou.

Em seguida, negou irregularidade na obra da casa de sua filha. “Foi uma reforma regularmente paga, regularmente esclarecida. Eu não tenho os dados do depoimento que ela prestou, mas soube que foi tudo pelas melhores”, afirmou. “Mas nenhum ponto deixou de ser esclarecido’, disse.

Maristela foi ouvida na quinta (3) no âmbito da Operação Skala, que apura suspeita de corrupção envolvendo o emedebista, aliados e empresas do setor portuário. A investigação apura se a reforma da residência de Maristela foi utilizada para lavar dinheiro de propina.

Amigos investigados
À PF, Maristela falou sobre o envolvimento na obra de Maria Rita Fratezi, mulher do coronel na reserva João Baptista Lima Filho, suspeito de ser operador financeiro do presidente. Temer falou sobre ele: “eu o conheço desde 1984”, disse. “Ele estabeleceu uma relação de fraternidade, amizade comigo. Nunca neguei esse fato. Em cada campanha ele vinha com 2 ou 3 servidores lá do escritório dele e organizava administrativamente a minha campanha. Isso foi em 1990, 1994, 1998, 2002, enfim, todas as minhas campanhas. Eu mantinha uma relação muito especial com ele. Mas acabou sendo vítima por ser meu amigo”, acrescentou.

Sobre o advogado José Yunes, que recebeu envelope no qual haveria dinheiro de suposta propina, Temer disse ser um grande amigo do pe´ríodo em que cursaram a faculdade. “Ele me contou depois que haviam solicitado a ele que recebesse esse envelope. A pessoa levou lá, aliás, foi entregue à secretária dele, e alguém passou lá depois e pegou. Disse até que era um pacote, um envelope. Ficou com a secretária dele, e horas depois passou alguém que pegou o envelope”, disse Temer. “Mas é uma amizade antiga e sólida”, afirmou.

3ª denúncia?
O presidente foi questionado se teme uma terceira denúncia por conta da investigação do decreto dos portos. "Não considero essa possibilidade. Qualquer denúncia seria tão pífia quanto as anteriores". Segundo Temer, a suspeita não vai vingar. "Os investigadores não têm dados suficientes após 150 dias para dizer que o presidente está incrimidado. O objetivo disse é só manter o presidente sujeito à investigação".

Eleição presidencial
Temer admitiu que pode desistir de concorrer à reeleição e apoiar outro nome de centro. “Se for necessário, abro mão com a maior tranquilidade. Eu não teria dificuldade, não. Se houver uma conjugação política, algo que seja útil para o país, de todos os candidatos de centro, por que não apoiar?”.

Temer disse que não acredita que o juiz aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa terá sucesso na corrida presidencial só “por ser negro ou porque foi pobre”.

“Se me permite, eu não concordo com o fato de ele ser presidente porque é negro. Nem ser presidente porque foi pobre. Pobre eu também fui pobre. O Lula foi pobre. Não é esta razão que vai fazer com que fulano seja ou não seja presidente”, afirmou.

G1 // AO