O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou nesta terça-feira, 28, que o presidente da República, Michel Temer, não tem prazo para escolher quem será o novo líder do seu governo no Senado, até porque a Casa não está em atividade neste momento devido ao período de campanha eleitoral.
Na segunda, 27, o senador Romero Jucá (MDB-RR) renunciou ao cargo por discordar da forma como o governo federal tem conduzido a crise gerada pela entrada de venezuelanos em Roraima. O senador afirmou que preferia se distanciar do governo para poder criticá-lo e cobrá-lo.
"Temos que compreender a situação dele lá no seu Estado, em que a população está pregando uma posição diferente daquilo que a gente tem adotado. Estamos adotando aquilo que legalmente entendemos que seja necessário. Ele teve que fazer uma opção, em ficar como líder do governo ou ficar como líder daqueles que lhe deram o mandato de senador. Ele preferiu ficar como líder daqueles que lhe deram o mandato. Compreensível", disse Padilha, ao final de um evento realizado no Palácio do Planalto em comemoração ao Dia Nacional do Voluntariado.
Jucá defende que a fronteira terrestre seja fechada temporariamente para impedir um novo fluxo de entrada de imigrantes e também para que o Estado possa organizar a situação dos venezuelanos que já estão no Brasil. O governo federal, no entanto, alega que a medida contraria acordos internacionais dos quais o País é signatário, além de ser uma medida "desumana".
Na segunda-feira, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que Temer decidiria até esta terça quem seria seu novo líder no Senado, mas Padilha argumentou não haver prazo para isso. "O presidente não tem prazo porque o Senado ainda não está em atividade. Quando o Senado estiver em atividade, certamente o presidente terá escolhido", disse.
Caso Temer não faça tal escolha, o primeiro vice-líder, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), poderá herdar o posto.
Estadão // AO