Política

'Temer está no epicentro deste sistema criminoso', diz PGR na denúncia contra presidente

Procuradora-geral Raquel Dodge denunciou Temer e mais cinco ao Supremo por corrupção nos portos

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O presidente Michel Temer 18/12/2018 Foto: ANDRES STAPFF / REUERS

 

 O presidente da República, Michel Temer, recebeu vantagens indevidas do grupo Rodrimar, que opera no Porto de Santos, o mesmo grupo beneficiado por um decreto de Temer na área de portos.

É o que consta na denúncia da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra o presidente e mais cinco pessoas por corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Dodge apresentou a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira, último dia antes do recesso do Judiciário.

"Michel Temer está no epicentro deste sistema criminoso, porque é o agente político com poderio suficiente para obter benefícios para os empresários do setor portuário", cita a denúncia.

Na denúncia,  a procuradora-geral conclui também que "não vislumbrou indícios de crime" nas mensagens trocadas entre o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, conhecido como o "homem da mala" de Temer, e o secretário-geral de sua gestão na Procuradoria-Geral da República (PGR), Alexandre Camanho. Dodge determinou que o assunto não fosse alvo de investigação.

A procuradora-Geral pediu na denúncia que os acusados sejam punidos com a perda da função pública e que sejam obrigados a pagar indenização por danos morais no valor mínimo de R$ 32,6 milhões.

A procuradora-geral solicitou que a denúncia seja encaminhada à 10ª Vara Federal do DF a partir de 1º de janeiro de 2019, quando Temer deixa de ser presidente da República e perde o foro privilegiado.

Supostas práticas criminosas antes do exercício do mandato presidencial não foram objeto da denúncia, segundo Dodge, e caberá ao Ministério Público Federal (MPF) na primeira instância, quando Temer perder o foro, avaliar se esses fatos devem ser investigados e eventualmente denunciados.

 

O Globo /// Figueiredo