A dois dias da votação pela Câmara dos Deputados da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer e dois de seus ministros, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o Palácio do Planalto precisa ainda resolver uma lista de 25 “pendências”, que vão de liberação de emendas parlamentares a cargos para integrantes da própria base.
Parte da fatura se refere a promessas antigas, desde a época em que Temer era interino e que agora estão sendo cobradas, disse um interlocutor. Os atos vão influenciar a contagem de votos com a qual auxiliares de Temer trabalham — entre 250 e 270 favoráveis à derrubada da denúncia. A primeira acusação foi engavetada por 263 votos.
O Planalto tem que controlar, ainda, a crise no PSDB, que está rachado entre governistas e independentes, em função da cobrança pela renúncia do senador Aécio Neves (MG) da presidência do partido. Ele está licenciado e o interino, Tasso Jeiressati (CE), cobra sua saída definitiva.
Essa queda de braço pode refletir na votação de quarta-feira. O líder da maioria da Câmara dos Deputados, Lelo Coimbra (PMDB-ES), disse que o presidente Temer está tranquilo, mas admitiu que há muita “inquietação” na base.
— Dependendo da forma como as pendências sejam resolvidas, o placar ficará mais próximo de 250 votos ou 270 votos — disse Lelo
O Globo////AF//////