Integrante do diretório nacional do PSOL, Tâmara Azevedo negou que o partido já tenha fechado maioria pela decisão de não compor o governo Lula (PT) a partir de 2023.
Candidata do partido ao Senado na Bahia este ano com cerca de 120 mil votos recebidos, a psolista se manifestou após entrevista concedida pela correligionária Sâmia Bonfim (RJ), deputada federal e líder da legenda na Câmara.
Sâmia se antecipou e confirmou que a maioria dos membros do PSOL são contra a adesão da sigla ao governo eleito, mesmo o partido fazendo parte da transição e apoiado Lula desde o primeiro turno.
"Não é verdade que já fechamos maioria e que o PSOL não fará parte do governo. Essa decisão é para o dia 17 de dezembro, ela está se antecipando e isso é um equívoco político", analisa Tâmara, que alerta para o risco do partido ficar isolado diante do cenário político polarizado e os desafios de reconstruir o país.
"Não adianta querer isolar o PSOL como uma estrela única na esquerda brasileira em um momento como esse. É preciso ter sensibilidade. Nós, da Revolução Solidária, não acreditamos neste tipo de postura isolacionista", complementa
A Revolução Solidária é uma corrente do PSOL liderada pelo deputado federal eleito Guilherme Boulos (SP) e que compõe o campo majoritário do partido.
A outra corrente que tem como integrante a deputada Sâmia Bonfim, o Movimento Esquerda Socialista (MES), defendeu a candidatura própria do partido à presidência, representada por Gláuber Braga. A ala tem ainda a participação de Luciana Genro.
Assim como foi necessária a formação de uma frente ampla para derrotar Bolsonaro, implementar políticas públicas no próximo governo, afirma Tâmara, depende de uma base de sustentação forte ao governo eleito.
"O momento é de unidade para combater o fascismo no Brasil. Nós não podemos abrir mão do compromisso, da esperança depositada em nós através dos votos. Precisamos ajudar a reconstruir o país", sentenciou.