O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou denúncia de lavagem de dinheiro e organização criminosa contra Gustavo Ferraz, ex-diretor da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Uma digital parcial de Gustavo foi encontrada em um dos pacotes de dinheiro, dentre os R$ 51 milhões, relacionados ao ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB) encontrados em um apartamento em Salvador. A defesa de Ferraz alegou que ele confessou que transportou o pacote de dinheiro em 2012 de São Paulo para Salvador, mas que ele acreditava que a quantia seria utilizada na campanha eleitoral daquele ano.
Para o ministro do STF, Edson Fachin, a situação de Ferraz é diferente dos denunciados. "Conduta que lhe foi atribuída – de ter feito, uma única vez, transporte de valores para Geddel de São Paulo a Salvador – não se encaixa, com a perfeição que se exige, às ações necessárias para caracterização do crime de lavagem de dinheiro previsto na Lei 9.613/1998. O mero transporte de valores uma única vez, por si só, não configura ato de ocultação ou dissimulação", disse Fachin. Em entrevista ao Bahia Notícias, o ex-diretor afirmou que “sofreu uma execração pública” por conta da denúncia.
“Me chamaram de operador, laranja, de tudo. E o STF decidiu por unanimidade que eu sou inocente, contrariando o que muitas pessoas que nem me conheciam disseram ao meu respeito”, protestou. Com relação ao prefeito ACM Neto, que exonerou Gustavo depois das denúncias, Gustavo afirmou que não guarda rancor. “Se eu estivesse no lugar dele, teria feito a mesma coisa. Em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele não fez a coisa certa. Fui subordinado administrativamente pelo prefeito, admiro o trabalho dele, ele está transformando Salvador. Gostaria, inclusive, de agradecê-lo porque eu aprendi muito ao lado dele”, afirmou Ferraz. O ex-diretor afirmou que ainda não falou com o prefeito ACM Neto após a rejeição de sua denúncia.
Bahia Noticias // AO