Política

Suposto agressor de juiz baiano, ex-vereador de Mata de São João será ouvido na sexta

O juiz diz ainda que a agressão pode ter sido motivada pelo fato dele falar publicamente sobre a orientação sexual de Agnaldo Cardoso. "Acredito que ele dizia 'não fale meu nome' e isso se deu por eu ter revelado numa entrevista de rádio que ele foi companheiro do corregedor-geral de Justiça do Estado da Bahia, José Rotondano. Ainda que na rádio eu não tenha falado o nome dele. [...] Se ele acha que divulgar que ele é gay é um demérito, eu que sou gay assumido, que sou casado com um homem, eu sou o que, então? Não posso macular a imagem de ninguém dizendo que ele é gay". 

Divulgação
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O ex-vereador de Mata de São João, Agnaldo Cardoso, deve ser ouvido na sexta-feira (21), na 7ª Delegacia do Rio Vermelho. Ele foi acusado pelo juiz Mário Soares Caymmi Gomes, da 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, de agressão, no último sábado, em uma boate de Salvador. Segundo narrou Caymmi nas redes, "o ex-companheiro do atual Corregedor Geral de Justiça da Bahia, e ex-vereador de Mata de São Joao Agnaldo Cardoso, ao passar por mim numa casa noturna, agora a noite, rasga minha camisa e me ameaça". A Salvador FM procurou Cardoso, que disse estar "ocupado", sem poder responder os questionamentos da reportagem. 

Hoje, contatado pela Salvador FM, o magistrado relembrou a agressão e disse que "não está bem". "Bem, bem eu não estou. Isso tudo está acontecendo por eu ter tentado colocar três travestis no Poder Judiciário. Não vendi sentença, não me envolvi com suposto cônsul de país africano", afirmou, ao lembrar do estopim da Operação Faroeste, que desbaratou um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia. O esquema tinha a participação de desembargadores e advogados filhos dos magistrados. 

À publicação, Gomes disse que "não houve discussão" e que foi surpreendido pelas agressões de Agnaldo. "Não houve discussão, briga, nem nada. ele já passou por mim, me agarrando. naquela confusão da San, ele dizia isso "não fale meu nome". Ele puxava. Eu demorei um tempo para processar quem era. Não reconheci ele a princípio e ele continuou me puxando. Comecei a empurrá-lo e chegou um empregado do estabelecimento e se coloca entre nós dois. Ele estava com três ou quatro rapazes. Ele foi pra um lado, eu fui para o outro", conta. 

O juiz diz ainda que a agressão pode ter sido motivada pelo fato dele falar publicamente sobre a orientação sexual de Agnaldo Cardoso. "Acredito que ele dizia 'não fale meu nome' e isso se deu por eu ter revelado numa entrevista de rádio que ele foi companheiro do corregedor-geral de Justiça do Estado da Bahia, José Rotondano. Ainda que na rádio eu não tenha falado o nome dele. […] Se ele acha que divulgar que ele é gay é um demérito, eu que sou gay assumido, que sou casado com um homem, eu sou o que, então? Não posso macular a imagem de ninguém dizendo que ele é gay".