A Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu nesta quinta-feira (13), por 10 votos a 2, manter o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), determinado pela ministra Laurita Vaz, relatora do caso.
Votaram para manter o afastamento a própria Laurita e os ministros Francisco Falcão, Nancy Andrighi, Herman Benjamin, Og Fernandes, Raul Araújo, Benedito Gonçalves, Paulo de Tarso Sanseverino, Isabel Gallotti e Antônio Carlos Ferreira. Por outro lado, votaram por manter Dantas no cargo os ministros João Otávio de Noronha e Jorge Mussi.
A maioria deles, porém, decidiu fixar o afastamento do governador ao menos até o final de dezembro, e não por seis meses, como previsto inicialmente.
No julgamento, a ministra Laurita Vaz fez forte defesa da sua decisão de afastamento do governador e rebateu críticas feitas contra ela —sem nomear, enviou os recados ao senador Renan Calheiros (MDB-AL), padrinho político de Dantas.
Segundo a Folha, ela foi elogiada pelos demais ministros e, ao fim do julgamento, agradeceu aos colegas pelas homenagens e chorou.
Renan chamou a ministra de bolsonarista e a Polícia Federal de "a Gestapo" de Arthur Lira (PP-AL), seu adversário político.
O afastamento de um governador do cargo, afirmou a relatora Laurita, "caracteriza uma ação drástica de grande repercussão, porém prevista no ordenamento jurídico". "A dose do remédio deve ser proporcional ao mal que se pretende combater", disse.