Política

STF abre inquérito para apurar suposta lavagem de dinheiro pela família de Geddel

O inquérito, instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), também deve apurar compra e venda simulada de gado.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de novo inquérito para investigar supostos ciclos de lavagem de dinheiro pela locação de maquinário agrícola às fazendas da família Vieira Lima, do ex-ministro Geddel Vieira Lima. O inquérito, instaurado a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), também deve apurar compra e venda simulada de gado.

A PGR pediu a apuração dentro de inquérito que investiga suspeitas envolvendo Geddel, o irmão e deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB-BA), a mãe Marluce Vieira Lima e o outro irmão, Afrísio Quadros Vieira Lima.

Segundo a procuradoria, merece ser aprofundada a investigação que envolve a suposta compra e venda simulada de gado, "técnica de lavagem que consiste na simulação de crias para posterior simulação de venda, o que daria ensejo à justificativa ilícita de dinheiro de origem delituosa".

"Documentos apreendidos indicam rebanho de 9.296 animais (fls. 2186 e 2187). Porém, documentos emitidos pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia indicam 11.855 animais (fl. 2193). Tal diferença (2.549 animais ou 27,53%), considerado o preço da arroba na região, conforme levantamentos pela Polícia Federal, permitiria a lavagem de R$ 6.515.244,00 (seis milhões, quinhentos e quinze mil, duzentos e quarenta e quatro reais)", descreve a procuradoria.

A PGR também cita a locação de maquinário agrícola às fazendas, afirmando que existiam recibos de valores milionários por empresa "sem aparente estrutura para locar equipamentos para as doze fazendas da família".

O novo inquérito para apurar tal prática foi pedido dentro de investigação que apura eventual prática de peculato, ou seja, se a família se apropriou de remuneração de secretários parlamentares. Nesse caso, Moraes concedeu mais 45 dias para a continuidade das apurações.

A reportagem entrou em contato com a defesa da família Vieira Lima, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.

Estadão // AO