Política

Servidores do Trabalho já foram denunciados por fraudes em registros sindicais

Carlos Cavalcante de Lacerda foi exonerado do cargo em 3 de abril, após contrariar a posição do governo sobre a contribuição sindical.

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A atuação do núcleo administrativo do esquema criminoso investigado na Operação Registro Espúrio, que consistiu em irregularidades praticadas por servidores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no processo de análise, concessão e publicação de registros sindicais, foi denunciada em julho do ano passado em uma ação civil de improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal na Justiça Federal do Distrito Federal.

Os alvos da ação apresentada pelo MPF em julho passado são Carlos Cavalcante de Lacerda, na condição de secretário de Relações do Trabalho do MTE; Leonardo Cabral Dias, coordenador-geral de Registro Sindical; Renata Frias Pimentel, chefe da divisão de Registro Sindical no MTE; e Renato Araújo Júnior, chefe de Gabinete da Secretaria de Relações do Trabalho no MTE.

Carlos Cavalcante de Lacerda foi exonerado do cargo em 3 de abril, após contrariar a posição do governo sobre a contribuição sindical. A saída dele do cargo ocorreu após a divulgação de uma nota técnica, assinada por Lacerda, a favor da cobrança obrigatória da contribuição. A secretaria está agora sob comando de Eduardo Anastasi, nomeado nesta semana para o cargo.

Segundo as investigações, os agentes públicos desrespeitaram norma interna que estabelece a ordem cronológica como critério para distribuição e análise dos pedidos de registro sindical. O MPF apontou, ainda, outras infrações como o indeferimento de registro sindical a entidade que preenchia os pressupostos legais exigidos para o procedimento.

Essa parte da investigação corresponde a um dos cinco núcleos de atuação do esquema alvo da Operação Registro Espúrio: o administrativo. Há também o político, sindical, captador e financeiro. A operação deflagrada nesta quarta-feira, 30, permitirá o aprofundamento da análise sobre a atuação dos outros núcleos. As investigações chegaram à PGR quando se detectou envolvimento de autoridades com foro no Supremo Tribunal Federal.

Estadão // AO