Política

Senadores preveem constrangimentos com retorno de Delcídio

Depois de passar 85 dias detido, o senador foi solto na noite de sexta-feira

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A volta de Delcídio Amaral (PT-MS) ao Senado na próxima semana pode provocar eventuais constrangimentos, preveem parlamentares, já que o plenário da Casa aprovou sua prisão e ele responde ao processo de cassação do mandato no Conselho de Ética. A avaliação geral, no entanto, é que, apesar do ineditismo da situação, Delcídio tem uma relação muito cordial com todos os senadores e não sofrerá nenhum tipo de hostilidade. Depois de passar 85 dias detido, o senador foi solto na noite de sexta-feira após ser autorizado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O senador Paulo Paim (PT-RS) descarta a possibilidade de uma atitude mais drástica do PT, como sua destituição da presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CA, ou mesmo sua expulsão. Paim lembra que Delcídio não está condenado e, como ele, existem casos semelhantes na direção da Câmara e Senado.

“Sempre haverá um constrangimento nesse reencontro, mas culpado é culpado e inocente é inocente. Eu votei para que o senador Delcídio ficasse a disposição da Polícia Federal, mas, se o Supremo Tribunal Federal decidiu que ele pode responder em liberdade seu processo, que reassuma com todas as suas prerrogativas. Ele foi eleito para um mandato na presidência da CAE e não há nada que o destitua. Também não acredito em expulsão”, disse Paim.

O líder do bloco de oposição e presidente do DEM, José Agripino (RN) concorda que será um reencontro difícil com Delcídio, mas, principalmente para o PT, que terá de lidar com a situação de mantê-lo em seus quadros nessa situação “inédita”. Agripino lembra que, oficialmente, Delcídio ainda é o líder do governo no Senado, já que não foi substituído ou destituído. Diante da possibilidade de uma delação devastadora, alguns senadores acham que o PT não vai provocar dificuldades para Delcídio em sua volta.

Foto: Reprodução