Uma secretária da Odebrecht, que foi presa em Salvador durante a fase Acarajé da Lava Jato, foi crucial nas investigações que culminaram na 26ª etapa da operação deflagrada nesta terça-feira (22), na Bahia e em outros sete estados, além do Distrito Federal. De acordo com os delegados da Polícia Federal (PF), informações e documentos obtidos com Maria Lúcia Guimarães Tavares levaram a descoberta de um setor de operações estruturadas para pagamento de propinas pela empreiteira.
Foram encontradas planilhas na casa de Maria Lúcia, além de emails delas para um executivo da empresa para prestar contas sobre as transações ilícitas. Maria Lúcia era secretária de executivos da Odebrecht e era responsável pela produção das planilhas que controlavam o pagamento de "acarajés" (como essas transações eram chamadas). De acordo com as investigações, esses valores eram repassados para diversos políticos e pessoas ligadas a partidos.
Um dos possíveis beneficiários seria o publicitário João Santana, que foi preso durante a fase Acarajé. Maria Lúcia foi solta nove dias após a prisão. Mesmo sem fazer delação premiada, ela passou a ajudar na investigação, conforme confirmação da procuradora Laura Gonçalves Tessler. Ela está sobproteção da Lava Jato.
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