A ida do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para os Estados Unidos, pode trazer um fator extra para além da narrativa de perseguição política: a preparação para uma fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a colunista do G1, Andreia Sadi, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos em caráter reservado não descartam a hipótese diante da inevitável condenação do liberal pela tentativa de golpe de Estado.
Para integrantes da Corte, a presença de público abaixo do esperado no protesto em Copacabana, no último dia 16, em que o apelo por anistia não teve o resultado desejado, foi um divisor de águas na estratégia da família Bolsonaro.
Segundo investigação da Polícia Federal (PF), Bolsonaro iria aguardar a tentativa de golpe morando nos EUA, no final de 2022. Antes de viajar para lá, o ex-presidente fez uma transferência de R$ 800 mil para os EUA, apontou a quebra de sigilo bancário feita pela PF. Agora, se for condenado, ministros e investigadores não descartam que ele possa investir nessa saída.
Aliados próximos do núcleo bolsonarista afirmam que a decisão de Eduardo foi tomada por impulso e que até o pai foi pego de surpresa, discordando da ideia. O parlamentar licenciado também temia perder o passaporte, assim como o pai.
Ele, assim como aliados, veem em Trump uma tábua de salvação para a família. “Bolsonaro não tem saída jurídica. Só tem saída se Trump se comover e decidir embarcar em alguma defesa política dele”, avalia um dos mais próximos interlocutores político do ex-presidente.
Família Bolsonaro fica sem representante na Câmara após três décadas
Com a decisão do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em se licenciar do mandato, por 122 dias, para viajar aos Estados Unidos a família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficará sem representante na Câmara, em Brasília, após 34 anos.
Pai de Eduardo, Jair Bolsonaro integrou a lista de deputados federais do País durante 27 anos. Segundo o Estadão, ele chegou à Casa em 1991 para o primeiro mandato e deixou a Câmara no final de 2018 para tomar posse no Palácio do Planalto em janeiro de 2019.
Eduardo, por sua vez, se elegeu deputado pela primeira vez em 2015, filiado ao PSC (atual Podemos), quando Jair se reelegia para sua sétima legislatura, então pelo PP. Seu atual mandato iria até 2027.