Política

Rui provoca 'sacode' em excesso de candidaturas em Salvador – e está certo em fazê-lo

A corrida eleitoral de 2020 em Salvador já está em discussão nas rodas políticas, ainda que, para a maioria da população, não haja relevância no momento.

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Rui provoca 'sacode' em excesso de candidaturas em Salvador â?? e está certo em fazê-lo

A corrida eleitoral de 2020 em Salvador já está em discussão nas rodas políticas, ainda que, para a maioria da população, não haja relevância no momento. Até agora, há o nome do vice-prefeito Bruno Reis como favorito de ACM Neto na sucessão e do lado adversário sobram nomes que se auto intitulam candidatos a prefeito. O resultado é o que o governador Rui Costa tenta evitar e que acabou resumido por um dos postulantes do PT ao posto, o deputado federal Nelson Pelegrino: “quem tem muitas, não tem nenhuma”.

O ditado cai como uma luva em um processo eleitoral que tende a ser extremamente pulverizado. A partir de 2020, com o fim das coligações proporcionais, existe uma demanda dos partidos para que as candidaturas majoritárias sirvam como impulsionadoras das campanhas a vereador. Por isso tantos partidos têm colocado nomes para disputar as prefeituras. No entanto, o excesso de candidatos pode também criar dificuldades para quem precisa estar unido para tentar criar uma candidatura competitiva em Salvador.

Foram mais de 20 nomes citados como possíveis candidatos na capital baiana. Dos mais diversos partidos. Porém nenhuma sigla chegou ao número do PT, que apresentou publicamente os nomes de Pelegrino, Robinson Almeida, Jorge Solla e Valmir Assunção – os três últimos mais candidatos de si mesmos do que as próprias urnas sugeririam. Já Pelegrino tem o peso de quatro candidaturas derrotadas ao Palácio Thomé de Souza, ainda que tenha aparecido bem na única pesquisa de intenções de voto realizada até agora (lembre aqui).

Foi diante desse cenário com tantas opções – a maior parte pouco viável – que o governador Rui Costa pediu que os aliados centrassem as discussões em um projeto para Salvador. É uma estratégia interessante para tentar reduzir a influência de um prefeito bem avaliado em um processo de sucessão, como é o caso de ACM Neto. Caso a oposição construa uma opção palpável para a cidade, um eventual favoritismo do apadrinhado político do prefeito seria reduzido. Especialmente quando se leva em consideração o controle da máquina estadual por Rui, adversário político de quem ACM Neto apoiar.

Enquanto não se desenha um cenário mais próximo da realidade, vão sobrar informações – por vezes desencontradas – de que um candidato A ou um candidato B tem a preferência de Rui ou de ACM Neto. Do lado do prefeito, sabe-se que Bruno Reis é efetivamente quem está à frente na disputa. Já do lado de Rui, as apostas vão desde Olívia Santana, que teria tido o aval dele em 2016, até o presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, que correria por fora do circuito regular do partidarismo político. Ou até mesmo um petista, que ainda não apareceu, mas que pode vir a disputar o Thomé de Souza em 2020.

O principal cuidado que se há de ter nesse processo é exatamente o ditado citado por Pelegrino. Quem trabalhar com tantas possibilidades, antes mesmo de definir quais são as prioridades para uma cidade tão complexa como Salvador, corre o risco de ficar à parte no processo eleitoral. Está aí uma coisa que eu duvido que Rui Costa ou qualquer outro petista. 

Bn // AO