Em entrevista na manhã desta quinta-feira (17), o governador Rui Costa afirmou que vai trabalhar para que a Justiça faça o leilão do Hospital Espanhol, localizado na Barra, em Salvador. “A melhor solução para o Espanhol é a Justiça fazer o mais rápido possível um leilão. A minha intenção é que continue sendo um hospital. Só não vou botar água limpa em tanque sujo. Não me peça para botar mais dinheiro do governo do estado naquilo. Vamos trabalhar para que a Justiça faça o mais rápido possível o leilão”, disse na rádio Metrópole.
Em 2013, a Caixa Econômica Federal aprovou um empréstimo de R$ 57,6 milhões para a Real Sociedade Espanhola de Beneficência, responsável pelo hospital. O empréstimo liberado em duas parcelas teve apoio do Governo do Estado e empenho pessoal do então governador Jaques Wagner, segundo anunciou a Secretaria do Estado da Bahia (Sesab) na época. Além desse empréstimo, também houve liberação de um empréstimo de R$ 53 milhões pela Desenbahia.
Ainda durante entrevista, o governador acrescentou que o Estado tem interesse em adquirir a unidade de saúde. “Tudo depende das condições do leilão. Se as condições forem inviáveis, o governo do estado não vai participar. Mas se forem viáveis, aquilo pode ser um hospital de referência do servidor do estado, pode empregar mais de cinco mil pessoas. Mas não vamos botar mais dinheiro do povo baiano para reerguer um hospital que está falido. A solução ali é trabalhar juridicamente para defender o dinheiro da Bahia”.
A unidade de saúde entrou em crise em 2013 e, em setembro de 2014 a diretoria anunciou a suspensão de todas as atividades. Pacientes que estavam internados tiveram que ser transferidos para outras unidades. Mais de dois mil funcionários foram demitidos. Em dezembro do ano passado, a Justiça do Trabalho determinou a venda do hospital para o pagamento de dívidas trabalhistas que somam mais de R$ 130 milhões.
“Houve mau grenciamento. A maioria dos processos do Espanhol correram à revelia. O hospital se quer faz defesa. Em minha opinião não tem solução. Tanto a Caixa quanto a Desenbahia entraram com pedidos de falência. O passivo do Espanhol é impagável. Se todo mundo quiser receber tudo que tem direito não vai receber nada”, finaliza o governador.
Fonte: Bocão News