O governador da Bahia Rui Costa (PT) condenou, nesta quinta (17), a atuação do juiz Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato e que determinou a escuta telefônica que gravou conversas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.
O petista disse as decisões estão sendo tomadas de forma "exibicionista" e "rasgando a Constituição". Rui comparou o momento atual vivido no Brasil à atuação de Adolf Hitler na Alemanha e de Benito Mussolini na Itália.
"Hitler e Mussolini tinham amplo apoio popular e nos vimos no que deu", disse insinuando que os protestos nas ruas contra Dilma não autorizam atos inconstitucionais, como ele classifica o grampo.
"A Constituição estebelece procedimentos e seguindo a lei, pode punir qualquer cidadão. Queremos um sistema judicial que seja imparcial, que haja de acordo com a legalidade. Quem deveria ser guardião da Constituição, a está rasgando. Se os fins justificarem os meios, nos sabemos onde isso vai dar", afirmou o governador em referência a decisão de Moro de divulgar o conteúdo da conversa de Dilma e Lula, mesmo ela tendo foro privilegiado.
Além disso, Rui criticou o fato do juiz ter divulgado o trecho do diálogo que foi gravado após Moro ter pedido a suspensão das escutas telefônicas. Na teoria, essa conversa não deveria ter sido registrada. Para o governador, ao invés de divulgar, o juiz deveria ter encaminhado o material para o Supremo Tribunal Federal (STF).
O petista também acusou Moro de usar "crachá de partido". Ele alega que ao invés de agir de forma imparcial, o magistrado tem representado os interesses da oposição. Rui defende que os partidos sejam investigados, inclusive o PT, mas de forma imparcial, com "serenidade" e de forma sigilosa.
Para ele, os fatos só devem ser divulgados quando tiver a comprovação e condenação dos envolvidos. O governador argumenta que grampos como o de Lula retiram as "garantias constitucionais de qualquer cidadão" e que isso pode levar o país para um "caos".
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