O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, vem defendendo a padronização de dados referentes a mortes violentas no país. A avaliação do ex-governador da Bahia ganha corpo após o estado despontar entre os que mais registram homicídios no país, conforme apontado no Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Em entrevista ao Portal Salvador FM, na manhã desta segunda-feira (21), o ministro relatou que está em conversa com o ministro da Justiça e Segurança Pública para estabelecer um cadastro unificado para contabilizar os corpos da violência nos estados.
"Acho que cabe ao governo federal cumprir o seu papel. Tenho conversado com o ministro Flávio Dino para que ele possa instituir uma padronização de como cadastrar e lançar esses homicídios e os dados de morte. Porque no SUS (Sistema Único de Saúde) você tem um padrão, como classificar uma morte por problema cardíaco, como cadastrar por câncer. Na área de Segurança não tem padrão nenhum, cada um cadastra de um jeito. Tem estado que ao achar o corpo com afundamento de crânio, boiando na lagoa, cadastra aquilo como 'morte a investigar'. O que precisa é o governo oficialmente ter um parâmetro que os 27 estados tenham que seguir, aí sim será possível comparar", afirmou Rui.
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O chefe da Casa Civil ainda comentou sobre o impacto do tráfico de drogas para o alarmante número de crimes violentos. "Não se discute a tragédia do número de mortes no Brasil, são mais de 50 mil óbitos, o número fala por si a tragédia que é o impacto das drogas para este número. Em todos os estados, inclusive na Bahia, o tráfico de drogas e o consumo de drogas é responsável por mais de 70% dos homicídios, seja diretamente ou indiretamente", observou.