O ministro da Casa Civil do governo Lula (PT), Rui Costa, criticou o Banco Central (BC) após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter mantido a taxa de juros em 13,75%, mesmo índice dos últimos seis meses, desde agosto de 2022.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira (23), por unanimidade, após reunião do grupo e se deu em meio a turbulências no sistema bancário global e a críticas do chefe do Executivo federal e de ministros do governo ao atual nível da taxa de juros.
Em nota emitida após reunião, o Comitê afirmou que, embora a reoneração dos combustíveis tenha reduzido a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo, ainda permanecem alguns fatores de risco para o cenário inflacionário. Entre eles estão a maior persistência das pressões inflacionárias globais e a incerteza sobre o arcabouço fiscal, assim como os impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública.
Em reação a medida do BC, Rui afirmou que ela afeta diretamente a parcela mais pobre da população e classificou a decisão como “insensibilidade”. Ademais, revelou também que não era este o resultado que o governo esperava.
“Essa decisão não é o que o governo esperava. O que o povo brasileiro, os empresários, a indústria e todos desejam é a redução da taxa de juros. Não dá pra compreender essa decisão do Banco Central de manter a taxa de juros em 13,75% , já que este percentual foi adotado quando a inflação chegou no patamar de 10%. Hoje a inflação já caiu a metade, que é 5%. Não tem razão que explique a motivação do Banco Central em adotar essa medida”, afirmou ele, em entrevista ao programa "A Voz do Brasil".
O titular da Casa Civil ressalta que a manutenção da taxa de juros alta compromete a qualidade de vida da população brasileira.
“Com essa taxa de juros, empresários não conseguem investir e o país não gera empregos. A população perde muito e quanto mais pobre, maior o prejuízo. Esta insensibilidade do Banco Central só aumenta o desemprego e o sofrimento do povo brasileiro. Não dá para compreender”.
O ministro ainda reforçou que o Brasil lidera o ranking de países com maior taxa de juros e afirmou desconhecer a motivação para que o Banco Central adote essa medida. “Não tem país no mundo que pratique juros tão altos como o Brasil. Não tem razão econômica que explique essa decisão”, concluiu.