O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), articula uma espécie de "bandeira branca" entre o presidente Lula (PT) e os comandantes das Forças Armadas.
De acordo com o Estadão, o ministro vai promover uma reunião ainda essa semana. A tentativa é distender as relações. Hoje, ao sair de um almoço com o ministro da Defesa José Múcio, Rui disse que as Forças Armadas não podem ficar "contaminadas" pelo ex-presidente Bolsonaro.
“Não podemos permanecer com nossas instituições contaminadas por esse conceito de governo que se encerrou dia 31″, afirmou Costa. “Não podemos misturar isso com eventuais comportamentos inadequados de um, dois ou dez, pessoas de instituições diferentes, seja Forças Armadas, Ministério Público ou Judiciário, que tiveram comportamentos que não deveriam ter ocorrido ao longo desse último período.”
Segundo ele, Lula defende Forças Armadas que “sejam e pensem como projeto de Estado” e quer discutir com os comandantes a modernização da Defesa, com investimentos alinhados ao desenvolvimento de ciência e tecnologia. Com isso, Lula tenta por em pauta um tema do agrado dos comandantes.
Eles pleiteiam que o investimento do Estado em Defesa seja de ao menos 2% do PIB, uma cifra usada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a maior aliança militar ocidental. Os projetos atuais (caças Gripen, avião KC 390, blindados Guarani, Sisfron, submarinos e fragatas) foram elaborados nos primeiros governos do petista, o que ele costuma usar como trunfo nas conversas com oficiais-generais.