Os promotores do Ministério Público do Paraná fundamentaram o pedido de prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB) dizendo que ele é o "líder da organização criminosa investigada e principal destinatário das propinas pagas pelos empresários" detidos na Operação Radiopatrulha.
A decisão do juiz Fernando Fischer, da 13ª Vara do Paraná, que pôs o ex-governador em prisão temporária, tem como base delações, depoimentos e áudios em que o tucano é flagrado questionando suposto atraso de "pagamento" ao doleiro Tony Garcia, delator da Operação Lava Jato. Richa e outros 16 acusados foram alvo nesta terça-feira, 11, de duas operações – a do MPE e uma da Polícia Federal. Na quarta-feira, 12, a Justiça negou seu pedido de liberdade.
Em áudio de escuta ambiental, Tony questiona Richa se tem falado com o empresário Celso Frare, um dos suspeitos de integrar o esquema de fraude à licitação. "Ele não acertou o negócio aí", diz o doleiro a Richa. O tucano responde: "Ah! Ele me agradeceu, já entrou um tico-tico lá que 'tava' atrasado, obrigado".
Em outro trecho, Richa menciona um suposto repasse. "Ele sabe que tá difícil sair, já pagaram uma parte? Bão?". A defesa do ex-governador alega inocência e diz que ainda não teve acesso à investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão // AO