O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, criticou a decisão do governo brasileiro de manter a presença da embaixadora Glivânia Maria de Oliveira na posse de Nicolás Maduro, em Caracas, nesta sexta-feira (10). A postura do Itamaraty ocorre em um momento de crescente tensão política na Venezuela, após denúncias da oposição sobre a prisão de María Corina Machado, líder antichavista, que foi liberada horas depois.
Em publicação nas redes sociais, ACM Neto apontou seletividade do governo federal na defesa da democracia.
“Parece que para o governo a defesa da democracia é seletiva. Para os amigos ditadores a postura é fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo. Inaceitável ver o Brasil se omitir diante dos abusos cometidos por Maduro. Quem defende a democracia não compactua com ditador”, afirmou.
O envio da embaixadora marca o início de uma relação mais protocolar entre Brasil e Venezuela, com menor proximidade do alto escalão brasileiro. A medida alinha-se a países como Colômbia e México, que também mantêm representantes diplomáticos em Caracas, mas com um distanciamento crítico ao regime.
Legitimidade do pleito
Desde as eleições presidenciais venezuelanas de 28 de julho, que não tiveram atas eleitorais divulgadas, o Brasil não reconheceu a legitimidade do pleito. A tentativa de mediar um diálogo entre Maduro e a oposição, em conjunto com Colômbia e México, também fracassou.
As relações bilaterais entre os dois países se deterioraram ainda mais com o veto do Brasil à entrada da Venezuela nos Brics, enquanto aumentam as críticas ao regime autoritário de Maduro no cenário internacional.
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