Política

Quase 20% dos vereadores eleitos de Salvador em 2016 não cumpriram mandato integralmente

 Essa é a realidade presente em Salvador nos últimos quatro anos

NULL
NULL

Apesar de ser uma das funções mais importantes na vida pública, especialmente por conta de seu contato mais direto com os interesses dos bairros, o exercício da função de vereador por muitas vezes acaba não sendo cumprido pelo nomes eleitos pela população. Essa é a realidade presente em Salvador nos últimos quatro anos. A verificação não levou em conta parlamentares que integraram secretarias e autarquias por curtos períodos de tempo.

Na atual legislatura da Câmara Municipal soteropolitana, eleita em 2016, oito dos 43 parlamentares eleitos não cumpriram integralmente seus mandatos. O valor é equivalente a 18,6% dos candidatos eleitos. A maioria destes abandonou a vereança por conta da eleição em outros cargos políticos, como deputado estadual ou deputado federal, ou assumiram funções em secretarias assim que foram empossados como parlamentares. 

Vereador eleito com o maior número de votos em 2016, Paulo Câmara (PSDB) abandonou o parlamento municipal em 2018, quando se elegeu deputado estadual. Essa é a mesma situação de Hilton Coelho (PSOL), atual candidato à prefeitura de Salvador; Léo Prates (PDT), atual secretário de Saúde de Salvador e Tiago Correia (PSDB), que ocupou vaga na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA) em 2019, após a vacância do próprio Léo Prates.

O único a sair da CMS diretamente para o Congresso Nacional foi o deputado federal Igor Kannário (DEM). Eleito entre os 15 mais votados de 2016, o cantor e compositor conseguiu lograr êxito também nas eleições de 2018. Hoje, o parlamentar tenta emplacar sua chefe de gabinete e produtora, Irá Caldeira, que está adotando o nome de Irá Kannário, para ocupar uma vaga no legislativo soteropolitano.

O caso mais curioso entre os nomes eleitos em 2016 é o de Heber Santana (PSC). Atual presidente do PSC na Bahia, Heber deixou o cargo de vereador para assumir a vaga de deputado estadual no ano de 2017, em decorrência da renúncia de Bruno Reis (DEM), que acabara de ser eleito vice-prefeito de Salvador. No entanto, ele não ficou muito tempo no cargo, já que tentou se candidatar a deputado federal em 2018 numa espécie de "sacrifício eleitoral" para que seu partido ultrapassasse a cláusula de barreira. 

Por fim, há os casos dos vereadores Alberto Braga (Republicanos) e Cláudio Tinoco (DEM). Ambos se licenciaram do cargo na Câmara Municipal para assumir, em janeiro de 2017, as titularidades da Companhia de Governança Eletrônica de Salvador (Cogel) e da Secretaria de Cultura de Salvador (Secult), respectivamente. Tanto Braga quanto Tinoco saíram da presidência das instituições em abril deste ano, com o objetivo de desincompatibilização para buscarem suas reeleições no pleito de 2020.

BNews // IF