Vice na chapa encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-prefeito Fernando Haddad defendeu a descriminalização do usuário de maconha no Brasil.
Segundo ele, esse já era o espírito da lei de 2006 que fixava o combate ao tráfico e descriminalização do uso. Na sua opinião, a lei foi desvirtuada ao delegar à autoridade policial definir uso e tráfico. E, por isso, essa lei será revisitada.
Para Haddad, “encarcerar o usuário vai levar o país à explosão”.
“A descriminalização está dada. O problema é a interpretação da Lei”, disse.
Haddad participou nesta segunda-feira (13) do evento “O Brasil visto de Baixo”, ciclo de sabatinas com presidenciáveis organizado pela Casa do Baixo Augusta e pela Catraca Livre. A entrevista está sendo transmitido nas redes sociais.
Como Lula está preso, Haddad foi convidado a apresentar as propostas da candidatura. Insistentemente questionado se já havia fumado maconha, Haddad respondeu: “Quando era jovem, experimentei”.
Sobre legalização do aborto, Haddad lembrou que o STF (Supremo Tribunal Federal) vai se pronunciar a respeito até o fim do ano e disse que a corte tem prerrogativa para defender as minorias.
“O encarceramento não resolve o problema”, diz.
Na sabatina, Haddad propôs chamar à responsabilidade federal o combate ao crime organizado reforçando o contingente da Polícia Federal. Segundo ele, só 8% dos homicídios resultam em condenação no Brasil.
Ao falar de população carcerária, o petista afirmou que a política de segurança pública só olha para estatísticas de presos, enquanto os criminosos de alta periculosidade estão soltos. “Em vez de preservar vidas, estamos encarcerando homens e mulheres negras”, disse ele ao responder especificamente sobre a situação de mulheres negras.
Folhapress // ACJR