Política

PT baiano desconhece intenção de expulsar Delcídio

Segundo as informações do meio político em Brasília, o partido deve optar pela expulsão do parlamentar

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A direção nacional do PT deve se reunir na semana que vem para tratar da situação do senador Delcídio do Amaral (PT), preso pela Polícia Federal por tentar sabotar a Operação Lava Jato.

Segundo as informações do meio político em Brasília, o partido deve optar pela expulsão do parlamentar. De acordo com o presidente do PT na Bahia, Everaldo Anunciação, ainda não há um pedido oficial de expulsão do correligionário.

“O assunto é tratado pela direção nacional por envolver um político com mandato federal. Não tenho a informação de oficialização de pedido da expulsão do Delcídio do Amaral. Não tenho conhecimento disso”, disse o dirigente.

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, ao anunciar que o partido discutirá o assunto nos próximos dias, deixou a dica de que o senador poderá ser expulso.

“Qualquer um tem direito à defesa, então o PT pode, a partir de um pedido de afastamento, haverá a discussão do processo. Mas não tenho conhecimento disso. Por isso que o presidente Rui Falcão está dizendo que vai reunir a direção do partido para tratar da questão”, apontou.

Em conversa com a Tribuna, Anunciação disse não acreditar que o governo possa ser enfraquecido com a prisão do seu líder no Senado Federal.

“Foi uma atitude do ponto de vista individual. Não foi uma ação partidária e nem do governo. O que motivou o pedido de prisão não tem nada a ver com o posto de líder de governo e nem com o lado partidário. É preciso separar o joio do trigo”, lembrou.

O presidente ainda criticou a prisão e apontou outros parlamentares envolvidos na Lava Jato e que se encontram em liberdade. “A estranheza para a gente é que tem outros casos que não têm essa celeridade de tratamento como o senador Agripino Maia (DEM), na Câmara Federal com o caso de Eduardo Cunha (PMDB)”, protestou Everaldo Anunciação.

Na mesma linha de crítica à prisão do senador está o deputado baiano Afonso Florence, vice-líder do PT na Câmara e líder da bancada baiana do partido na Casa.

“Todos nós vimos com perplexidade. Até onde se sabe, o mandato do senador, o gabinete do legislador no Senado Federal são invioláveis. Só se prende em caso de flagrante, pelo que acompanhei pela imprensa, não houve flagrante. Foi uma decisão monocrática, de grande gravidade que compromete todos os brasileiros e brasileiras a agirem com serenidade buscando garantir o estado democrático de direito”, ponderou o deputado.

“Não podemos ter uma lógica policialesca onde o Judiciário, Polícia Federal, que devem ter autonomia para investigar, se excedem e a abordagem dada por todos é deslegitimadora da democracia, do mandato popular. É um momento de muita gravidade na história da República”, apontou Florence.

 Foto: Ilustração