O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) manifestou repúdio após dois membros da legenda serem detidos em Salvador. Os militantes, vindos de Goiás e do Pará, foram acusados de furtar dois aparelhos celulares e um relógio no aeroporto da capital baiana, no domingo (28).
O casal foi liberado apenas na manhã desta terça-feira (30), depois de passar por audiência de custódia.
LEIA TAMBÉM >> Casal filiado ao PSOL é detido suspeito de furtar celulares no Aeroporto de Salvador
Por meio de nota, o presidente do PSOL na Bahia, Ronaldo Mansur, classificou o episódio como racismo estrutural e criticou o vazamento das imagens com "interesse político".
Leia a nota na íntegra:
"Nossos companheiros estavam a caminho de suas casas depois de participarem do II Encontro Nacional de Negras e Negros de nosso partido. Durante três dias, centenas de militantes de todo o Brasil estiveram reunidos para debater e traçar estratégias para combater o racismo em nosso país, que se manifesta em todas as esferas da vida, com destaque para o sistema de justiça criminal, que encarcera em massa o povo negro brasileiro. O ocorrido na noite de domingo é mais um episódio do racismo que estrutura esse sistema.
Nossos companheiros foram detidos quando, em boa fé, buscavam pessoas que haviam esquecidos pertences na esteira no Raio-X para devolvê-los. Antes que pudessem alcançá-los, foram abordados e acusados sumariamente de furto qualificado. Conduzidos pela Polícia Federal à Polícia Civil, foram ouvidos e encaminhados ao Centro de Detenção Provisória. Não bastasse toda a situação em si, é inadmissível que uma parte das imagens das câmeras de segurança do aeroporto tenham sido fornecidas a imprensa antes mesmo de terem sido juntadas ao inquérito, expondo-os a uma situação vexatória e absolutamente ilegal.
Chama atenção que a divulgação ilegal das imagens, os identificou pela filiação partidária. A tentativa de politizar o ocorrido infelizmente demonstra o interesse político de quem entregou a imagem e de quem a expos. A detenção ilegal, injusta e prolongada perdurou até esta terça-feira, quando finalmente foi realizada a audiência de custódia e determinada a soltura.
O PSOL está prestando todo o apoio a seus militantes e familiares e seguirá acompanhando o desfecho jurídico, certos da inocência dos envolvidos e atentos à perseguição política que sofreram.
Seguiremos denunciando e combatendo o racismo estrutural que se reverbera no sistema de justiça criminal brasileiro! Toda solidariedade aos nossos companheiros!
Salvador, 30 de abril de 2024
Ronaldo Mansur
Presidente Estadual do PSOL Bahia"