Política

PSOL na Bahia detona deputados baianos após aprovação de projeto polêmico na Câmara em Brasília; confira

Marco Temporal foi aprovado, por maioria, em sessão na Câmara na última terça-feira (30)

Joedson Alves/Agência Brasil
Joedson Alves/Agência Brasil

A executiva do PSOL na Bahia detonou parte da bancada baiana na Câmara dos Deputados que votou a favor do chamado Marco Temporal, que autoriza a demarcação das terras dos povos originários e foi vista como uma derrota para o governo Lula (PT).

No total, foram 283 votos a favor da proposta, 155 contra e uma abstenção. Entre os 32 deputados federais baianos, 20 apoiaram a proposta e 12 foram contrários. Além do PSD, os deputados de partidos como PL, PP e União Brasil fecharam questão sobre o tema e votaram a favor do Marco Temporal.

O resultado evidencia a importância do PSOL continuar apostando em candidaturas competitivas para tentar compor um Congresso com condições de ajudar o atual governo nas pautas essenciais para o desenvolvimento do país e priorizando os que mais precisam. 

"Temos diversificado nas candidaturas e buscado apresentar um projeto sólido para podermos ocupar espaços e contribuir, realmente, para a preservação dos direitos dos povos indígenas e também na reparação histórica. Não é por acaso que temos a nossa ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, um quadro do partido, no governo Lula", disse Elze Fachinetti, presidente do PSOL Bahia.

Com o resultado, o futuro da matéria está nas mãos do Senado. O substitutivo do projeto, de autoria do baiano Arthur Maia (União), delimita a demarcação de terras indígenas somente as que já eram ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição.

Conforme a Executiva do PSOL baiano, a demora na homologação das Terras Indígenas possibilita a intensificação dos conflitos com fazendeiros e grileiros, que contratam pistoleiros para amedrontar e agir com violência, inclusive matando os indígenas. Somente em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foram assassinadas 135 lideranças indígenas no país. Em 2021, este número subiu para 185.