Política

Proximidade do Carnaval pode adiar mudança na Secult; saiba mais

Apesar das referências e do respeito de Arany entre o setor cultural, é quase um consenso a sua atuação discreta à frente da pasta

Montagem/Reprodução/GOVBA
Montagem/Reprodução/GOVBA

A expectativa para o primeiro Carnaval pós-pandemia de Covid-19 é enorme na Bahia. O futuro secretário de Turismo do governo eleito de Jerônimo Rodrigues (PT), Maurício Bacelar já garantiu que o Executivo está pronto para preparar a maior festa de rua "do planeta", tão importante para a economia local e que atrai milhares de turistas de todo o país e de fora.

Faltando cerca de dois meses para a folia, Jerônimo avalia manter a atual secretária de Cultura, Arany Santana, ex-diretora do Ilê Ayê, com uma longa trajetória de militância racial e ativismo político.

Apesar das referências e do respeito de Arany entre o setor cultural, é quase consenso a sua atuação discreta à frente da pasta, muito em razão do orçamento enxuto nos últimos anos e da própria pandemia do novo coronavírus. No entanto, as raras aparições pública e falta de contato com a imprensa dificultam uma percepção positiva da gestão.

Durante a eleição, o desgaste ficou ainda mais claro quando foi externalizado em reuniões que a Secult não era considerada uma prioridade do governo em ano de eleição, por não ter o potencial de angariar votos como outras pastas.

Nos corredores dos órgãos ligados à cultura, é atribuído ao governador Rui Costa (PT) um modelo de gerir paternalista, que em algum nível limitaria a atuação autônoma da secretária. Independente do próximo titular, os aliados e servidores estaduais da área esperam uma postura diferente de Jerônimo.

Nesta quinta-feira (23), o governador eleito anunciou mais cinco secretários, com foco em quadros jovens, mas ainda não definiu quem irá comandar a Secult.

Outras nove secretarias ainda esperam o comunicado do novo titular.

DISPUTA

A rejeição do PCdoB em indicar a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) para o cargo na Secult aqueceu a disputa pela pasta. O partido manteve o  controle a Secretaria do Trabalho, Esporte e Renda (Setre) e acabou ganhando a Secretaria de Igualdade e Promoção Racial, mas deu margem para que outras forças entrassem no páreo.

Nas últimas semanas cresceu na bolsa de apostas o nome de Rose Lima, diretora do Teatro Castro Alves (TCA). Ela transita bem entre a classe artística e política, e é vista como um quadro técnico e com perfil conciliador, além de ser experiente.

Formada em relações públicas, Renata Dias também é cotada. Ela é diretora da Fundação Cultural do Estado (Funceb), órgão que foi ventilado como um dos que foi reservado para a cota do PSOL, que rejeitou indicar diretamente quadros para o governo e deve ficar sem nenhum cargo de primeiro escalão.

Quem corre por fora é a chefe de gabinete de Arany, Cristiane Taquary, presença constante em eventos e cerimônias, que representaria uma sucessão à gestão de Arany e considerada uma solução caseira.