O empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, preso no âmbito da Operação Overclean adotou uma estratégia para garantir a sua soltura. Ele está detido em Brasília desde quando os trabalhos foram deflagrados pela Polícia Federal (PF), na semana passada, levando também a prisão de outros nomes como o do primo do deputado federal Elmar Nascimento (União), o vereador Francisco Nascimento (União).
De acordo com a CNN, Moura contratou um time estrelado de advogados que tenta desde a última sexta-feira (13) obter sua liberdade em Brasília. A defesa dele apresentou um habeas corpus que está sob sigilo no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
A petição foi idealizada pelos advogados José Eduardo Alckmin e Rodrigo Mudrovitsch, dois dos mais influentes nas cortes superiores de Brasília. Nela, a defesa do “rei do lixo” argumenta que as motivações da prisão são equivocadas e que haveria outras medidas cautelares alternativas a ela.
Mudrovitsch foi um dos principais defensores de investigados na Operação Lava Jato. José Eduardo é primo do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e tem na lista de clientes famosos o ex-jogador Robinho, preso por estupro. Em Salvador, o braço operacional da equipe é o advogado baiano Antonio Vieira.
O habeas corpus do “Rei do Lixo” foi distribuído para a desembargadora do TRF1, Daniele Maranhão. Em outubro, ela foi incluída na lista tríplice da magistratura federal para ocupar uma vaga em aberto de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão final cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Vale lembrar que Marcos Moura está preso sob a acusação de liderar um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares por políticos do partido União Brasil, um dos principais do país.
Overclean: nova Lava-Jato?
Também conforme a CNN Brasil, o caso tem potencial de virar uma nova Lava Jato em razão do envolvimento do União Brasil, um dos maiores partidos do país.
Inclusive, de acordo com investigadores envolvidos no caso, a PF estuda vai oferecer a Marcos Moura a possibilidade de uma colaboração premiada.
O “rei do lixo” é muito próximo do ex-prefeito de Salvador e atual vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, que o indicou para integrar o colegiado do partido.