O presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, admitiu a insatisfação com a 'forma' como o PT conduziu a escolha do ex-prefeito de Ibotirama, Terrence Lessa, como suplente do senador Otto Alencar (PSD-BA). Em entrevista ao Ligação Direta, da Salvador FM, na manhã desta quinta-feira (14), ele relatou que conversou no início da semana com o presidente estadual do PT, Éden Valadares, e do PCdoB, Davidson Magalhães, partido que também sonhava em disputar a vaga.
Na visão de Ivanilson, a estratégia do PT foi pouco 'democrática' e fez a relação entre as siglas, que se unem em uma federação partidária válida pelos próximos quatro anos, começar já estremecida. No entanto, ele confia daqui para frente prevaleça o diálogo na tomada de decisões.
"Claro que isso não foi nada confortável. Normalmente no início da relação são flores, depois os espinhos aparecem. Neste caso, espinhos apareceram primeiro que as flores. Mas, deve servir de lição para que a gente aprimore nosso debate e entenda que cada partido tem uma visão diferente. Não vai ser PT, nem PCdoB, nem PV, que vai impor a sua vontade", declarou.
Segundo o líder do PV, Éden reconheceu o equívoco com a escolha de Terrence antes da devida discussão.
"Conversei com Éden e ele próprio disse que errou, pediu desculpas, disse que foi um momento que precisava de agilidade. Ele tentou falar comigo e não conseguiu, de fato estava em viagem vindo de Vitória da Conquista", acrescentou Ivanilson, que foi à cidade convesar com o músico Edgar Mão Branca, indicado do PV para a suplência de OTto.
Mão Branca é pré-candidato a deputado federal pela sigla. Do lado do PCdoB, a aposta era o nome do vereador e líder sindical Augusto Vasconcelos.
Ivanilson reconhece o tamanho do PT em relação às demais legendas da federação, mas ressaltou que não é por isso que as decisões serão tomadas sem participação de todos. Ele prometeu ainda ser firme na defesa dos interesses partidários e em defesa à agenda ambiental do PV.
Apesar do anúncio do PT, Ivanilson alega que a escolha ainda não foi cravada e que tem uma 'nova rodada' de conversa com o presidente estadual do PT.
"Estamos vivendo uma experiência nova, a federação é algo nova para gente, mas não devemos ter estranhamento logo no início. Do ponto de vista geral, o método foi muito ruim, tenho clareza absoluta que o nome indicado pelo PV era um nome completo, ajudaria não só a chapa do senador mas toda a chapa […] Mão Branca carrega vários símbolos, do sertanejo, do homem do campo, do interior, da cultura, da música", disse o presidente da sigla.
A credibilidade de Mão Branca era a aposta de que seu nome seria ao menos cotado, principalmente diante da dificuldade da chapa de emplacar, conforme apontam as pesquisas eleitorais.
"Nosso entendimento é que o nome de Edgar seria aceito por todos […] estavamos tirando ele da condição de disputar eleição para Câmara Federal, para dar um upgrade, uma força na chapa que ainda tem dificuldade do ponto de vista das pesquisas", cutucou.